quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Interprete como quiser: O que é dito pode não ser o certo

Do Vida Sobre Trilhos*
 
Bons dias  senhores usuários!

Dificilmente vejo coisas e ouço contradições do lógico. Muitas vezes, se entro em contradição dos meus princípios e minhas verdades, vou pesquisar afundo o que me fez temer ou esquecê- los.
Certo dia desses, mais um dia daqueles de trabalho e o trem um pouco mais apertado do que o normal me socializaram com outros usuários. Realmente, é uma coisa muito difícil conversar com outras pessoas dentro do trem, muitas vezes por causa do sono que me ataca dentro do expresso de Tatuapé em diante, mas, esse foi um daqueles dias em que me senti orgulhoso de saber o que sei sobre ferrovias e sei também que ainda tenho muito que aprender. Dois usuários foram os ouvintes do meu conhecimento, tanto questionando quanto adicionando informações importantes. E dentre os questionamentos, um deles me chamou a atenção: “107 NOVOS TRENS”. Parece um anúncio inocente e animador pra quem usa trens e metrôs saber que a frota terá um aumento excepcional, maior oferta de lugares e “redução da divisão do metro quadrado por usuário”, o que ouvindo assim soa como piada, mas, repare como é a pura verdade nos horários de pico. Mas, a pergunta baseada na afirmativa do Expansão SP foi que: quem garante que são 107 trens cheirando a novo?
Pois bem... A dúvida ficou no ar. Seriam esses trens novos porque foram fabricados agora? Ou seriam novos porque são trens antigos e reformados que voltariam a circular? Como meu português anda relativamente bem, mas, tem questões que vale a pena consultar um doutor, fui conversar com a Doutora Professora da Universidade Cruzeiro do Sul Roseli Lombardi que trouxe a seguinte resposta: “O modo como o novo foi colocado no texto sugere que são NOVOS TRENS  porque SÃO TRENS FABRICADOS. Se estivéssemos falando de  TRENS NOVOS estaríamos falando de TRENS REFORMADOS, RENOVADOS”. Como estamos falando de uma doutora, é uma autoridade e o que a mesma afirma está correto. Agora, é só aguardarmos o que será feito, o que vemos é que potencial para a premissa afirmada nas propagandas tem tudo para ser realizada.
Só iremos ter certeza se é o certo mesmo, se tudo ocorrerá como previsto ao final dos prazos. E claro! Para quem é curioso e gosta da parte administrativa, vejam no fórum do Skyscrapercity uma postagem do companheiro e admirador da ferrovia Tiago D. Costa, falando sobre as licitações realizadas pela CPTM de 2005 pra cá.  Anunciado recentemente, já foram licitados 33 novos trens, desses 9 fazem parte da linha 11 e outros 24 como parte da parceria público-privada para administração da linha 8. A CPTM PROMETE entregar todos os trens que lhe compete nesse plano de expansão até o final de 2010. Ou, conforme as licitações andarem, todos esses trens que, atualmente estão em 4 restantes para linha 9; 40 para as linhas 7 e 12 (20 para cada, creio eu) e 33 para as linhas 11 e 8 (desses, 9 pertencentes a 11 e 24 em razão de uma Parceria Público-Privada para a linha 8).
 

Tenham uma boa semana!
 
*Com dados do Site da CPTM e Hotsite Expansão SP

Ao querido e inspirador Lombardi

Do Vida Sobre Trilhos*

Bons dias senhores usuários!
Hoje, faço um post diferente do que fiz, é uma homenagem a um ícone da comunicação brasileira, um grande mistério que teve revelado 1 vez em 2001 e que só seria realmente revelado no dia em que morresse.
E esse dia chegou, dois de dezembro de 2009. De surpresa.
Falo aqui do, talvez, usuário mais ilustre usuário da linha 10, Luis Lombardi Neto, falecido neste dois de dezembro devido uma parada cardiaca. E talvez, vocês perguntem o porquê disso tudo e eu os respondo com a sinceridade de fã: ele merece uma homenagem não somente pela grande carreira dele ao lado do eterno patrão Silvio Santos, mas porque, apesar de "ícone-incognita", foi uma das pessoas mais simples que já ouvi falar nas comunicações em geral.
Ser um mistério era uma parte interessantíssima de sua carreira, pois quem não se perguntava de quem era aquela voz forte e de tom quase inimitável, onde muitos humoristas e imitadores tentam até hoje aproximar seu tom de voz ao do colega de trabalho mais importante de Silvio Santos. Pois bem, Lombardi foi grande companheiro do patrão desde o dia em que o Programa Silvio Santos saiu da TV Paulista, que era retransmissora da TV Globo em São Paulo e seguiu rumo a TVS que, mais tarde, viraria SBT. Inseparáveis 40 anos ao lado do maior comunicador da TV brasileira, que Silvio Santos chegou a dizer que o faria o maior locutor do país, sem sombra de dúvida que conseguiu. A partir de hoje, sentiremos, nós os comunicólogos, "SBTistas" (termo definido por Daniela Beyruti, filha de Silvio Santos e diretora de programa鈬o do SBT) e todas as pessoas que pararam, ao menos em minha 駱oca, no SBT para assistir o Programa Silvio Santos, o "Topa Tudo Por Dinheiro", "Em Nome do Amor", "Show de Calouros" e toda a gama de programas do Ba・da Felicidade. Sem contar o "DE HORA EM HORA, O SBT INFORMA, O RESULTADO DA TELE-SENA DE...", como bem dizia, era uma oportunidade de ouvir a narra鈬o de Lombardi como se desejasse sorte aos compradores da Tele-Sena.
Ninguém que usasse a CPTM nas linhas 10, 7 e 8 (como seriam as baldeações e linhas usadas pelo mesmo para chegar a estação de Osasco) saberia que aquele senhor, de cabelos avermelhados, uma espécie de castanho escuro se não me falha a memória, usando roupas mais formais, de expressão facial séria seria o grande locutor Lombardi transitando livremente por dois dos ramais de maior movimento da CPTM, antes mesmo de ser CPTM, quando ainda este trecho era administrado pela RFFSA e, posteriormente, CBTU. Poucas pessoas na ferrovia tiveram a chance de conhecê-lo e uma delas, o chefe da estação de Santo André, o Sr. Nilson que, para ter certeza, usou do bordão mais conhecido do "Qual é a Música?" - "Eu só acredito...Vendo!" - , confirmando a suspeita de várias pessoas e até os funcionários da estação de que aquele senhor que poucas vezes costumava falar em público e estava todos os dias naquela estação era mesmo o Lombardi. E seu Nilson numa entrevista para o nosso blog disse que quando Lombardi foi descoberto por ele e outros funcionários da estação, achavam no começo o maior barato, mas, sempre mantendo em pedido do próprio a descrição que ocultou sua identidade até 2001 em absoluto mistério:
VST: Quanto tempo o senhor conhecia o Lombardi?
Nilson: Entrei aqui na década de 80, quando falaram que era o Lombardi...81 quando vim para cá, ele era uma pessoa muito discreta, não gostava que chamasse pelo nome...
VST: Ele preferia que chamasse pelo primeiro nome, não gostava que chamasse pelo pseudônimo famoso?
Nilson: Não, nunca, Pedro, João, por Lombardi não, ele nunca falava o nome, conversavámos sem chamar pelo nome, ele dizia "Pelo amor de Deus, não faça isso!". até o Silvio autorizar ele aparecer na TV, aí ele permitiu chamar pelo nome.
VST: Como o senhor foi desconfiar que era o próprio?
Nilson: Foi assim...As pessoas foram apontando "Esse é o Lombardi!", até o dia que ele mesmo confessou e pediu que não dissesse que era ele.
VST: Era segredo, um "segredo de estado"?
Nilson: Sim (risos), diziam ser força de contrato, desde a Globo era assim.
VST: Ele tinha algum costume quando vinha na estação, comia algo, conversava com alguém, etc.?
Nilson: Não, cumprimentava o pessoal, sempre discreto, alegre mas não ficava se mostrando, nunca questionou qualidade de serviço se estava bom ou ruim, muito alegre mas sempre discreto...
VST: Mas nunca reclamou "o trem atrasou"...
Nilson: Não, não reclamava, para ele a vida estava sempre boa, tava sempre de bem, se atrasava não reclamava para nós aqui na estação, ele não fazia isso.
VST: Algum usuário chegou a conversar com ele e começou a perceber que o conhecia pela voz, o senhor chegou a reparar?
Nilson: Nunca cheguei a reparar que alguém o reconheceu pela voz, trabalhei por oito anos aqui, nunca reparei nisso, depois voltei de 92 a 95 e voltei para cá recentemente, foi sempre alguém muito discreto, agora que ele estava mais aberto, mas eu jamais desconfiei que alguém imaginasse que era ele por sua própria discrição...
VST: Ele impondo a voz, falando em público...
Nilson: Não, não. Ele era meu vizinho e a maioria dos vizinhos não o conhecia.
VST: Que coisa não é?
Nilson: Muitos vizinhos só foram conhecê-lo após seu falecimento é que comentavam 'Nossa, é o Lombardi que mora aí?', não o conheciam. Era algo dele ser tão reservado.
VST: Muito obrigado pela entrevista.
(Entrevista realizada em 07/12/2009, na Estação Santo André)
 E, sendo assim, a CPTM talvez tenha perdido o seu usuário mais ilustre. Não imaginava que fosse uma pessoa de grande humildade que usava os trens da companhia para ir e voltar do trabalho. Esse dois de dezembro seria mais um dia assim, 8 da manhã se levantaria, iria de carona até a estação Santo André, embarcaria provavelmente num trem série 2100, o qual era o motivo de usar a ferrovia para ir e voltar do trabalho no SBT, já que, o mesmo dispõe de ar-condicionado, faria as baldeações necessárias para chegar a Osasco, onde pegaria a última condução para chegar a Anhanguera, local onde fica o complexo do Sistema Brasileiro de Televisão e iniciar a gravação do Programa Silvio Santos. Mas, conforme minha fé, Deus o quis em seu reino, para fazer outros trabalhos, talvez, anunciar a chegada de outros que vão dispor da vida eterna.
Tão boa praça e profissional amante de sua profissão que é, morreu dormindo, sem sofrimentos.
Fica aqui a homenagem do Vida Sobre Trilhos e minha, pois estudo Comunicação Social e o vejo como exemplo e ícone, a voz mais popular do Brasil e, como dizem os mais próximos, "o colega de trabalho mais feliz e carismático do SBT".
Tenham uma boa semana.

*Com informações do site do SBT(nesse link aqui), do Jornal do SBT; 2o semetre – Comunicação Social (Ciclo Básico), aula: História da Comunicação Contemporânea – Professora/Mestra Lara Maria – Universidade Cruzeiro do Sul.
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