sábado, 31 de dezembro de 2011

E 'la fine, i miei amici: 2011

Sem linha fina, sem explicações, sem maiores comentários. Só me despeço de 2011. E relativamente feliz.


Do Vida Sobre Trilhos


Boa noite, senhores Usuários!


Obrigado a todos pelo ano incrível!
Este ano foi tão maneiro pra mim e para o blog que ele pareceu ter durado mais que 365 dias. Ou houve uma divisão entre a época onde eu não estava muito me importando em escrever e, quando escrevia, ainda me sentia indefinido do que e como fazer o blog. Sempre foi possível notar que aqui o padrão informativo, dinâmico e objetivo é difícil ser alcançado, por isso, surgiu primeiramente a fanpage do Facebook como resposta para melhor servir os textos "mais engajados" -aqueles onde falo estritamente da nossa malha ferroviária de transporte de passageiros paulista- e, como acabou acontecendo, uma ou outra curiosidade e fotos compartilhadas. O Facebook acabou perdendo espaço pra algo que veio mais tarde: a volta do Usuário CPTM, um projeto datado de março de 2010 proposto por uma amiga, a Letícia Tavares.
Antes de existir "Diário da CPTM" e meu antigo amigo perder o foco e debandar o nome de seu blog pra ter mais visibilidade no Google, o "Usuário" já existia com a proposta de ser um "clipping" de notícias sobre a cia. -o que hoje se ampliou, já que falamos do Metrô de São Paulo, usuários, operações de ambas companhias e também das relações das concessionárias de cargas com a malha metropolitana-, além da missão principal: informar a situação, em tempo real, das linhas da CPTM e do Metrô no horário de pico. Na nossa primeira investida, éramos 5, mas sem nenhum compromisso. Eu, principalmente. Hoje, chegamos a 6 pessoas, sem nenhum compromisso ainda, mas, dessa vez, "a locomotiva andou" e conseguimos manter as informações sobre as 6 linhas da CPTM, três de quatro linhas de administração da Companhia do Metropolitano de São Paulo e a linha 4 - Amarela, a primeira concessão privada de Metrô da américa latina sempre atualizadas. 
Também, contamos, é claro, com a ajuda de quem posta nas hashtags #CPTM e #metrosp pra saber se há anormalidades.
Digo também que estive no auge da criatividade. Tá, "Você com Android na mão é um bicho feroz"... Poderia expressar o quanto a criatividade que digo se apresenta. No final da greve da CPTM, criei um Tumblr fotográfico, o Photrilhos, a ideia eram só fotos, mas, como aprendi que "uma imagem JAMAIS vale mil palavras", as legendas se tornavam obrigatórias em todas as fotos. É como se postar uma foto no Twitpic e não saber sequer os seus porquês. Consegui proezas, tanto em fotos que, tratadas por aplicativo, ficaram bonitas de ser ver, tanto fotos que realmente tiveram graça (PRA MIM, PELO MENOS). E quantas fotos eu quis tirar...
Até dois belos dias nas estações Piqueri e Presidente Altino.


Primeira foto pós-greve e primeira foto do Photrilhos:
Junto ao amigo Denis Castro, fomos os únicos
veículos midiáticos cobrindo a greve
dos ferroviários da CPTM
Piqueri, sim... Quase fiz o que todo bom -ou mau- jornalista faz quando vai preso em discussões com autoridades: desacato. Fiquei muito nervoso com o modo como o vigilante daquela estação veio se portar comigo. Praticamente, o cara esperou o trem chegar -ele já havia visto ajeitar a câmera, me arrumar, etc.- pra me barrar. Falei alto, quase xinguei mesmo. Conversei com o chefe de estação e expliquei que "não era nenhum retardado" -como em relatos que ouvi antes de "ferrofãs" ultrapassando faixa amarela, colocando pessoas não autorizadas e funcionários em suas fotos, fotografando áreas de segurança, como bilheterias, chefias e, nos casos mais graves, descendo a via férrea- e ele desautorizou o vigilante. Mas, sabe quando você já não faz a coisa do mesmo jeito que pretendia? Pois é... As fotos até hoje, eu olho, olho... E penso que não ficaram legais.
Em Presidente Altino, fui movido a novidade: voltando de Júlio Prestes depois de perder a audiência, soube que a primeira unidade do CAF 7500 já estava por lá. E da plataforma era possível vê-lo, com alguns ajustes na câmera -já que era noite- talvez fosse possível fotografá-lo. Até consegui, mas, novamente, a abordagem. E dessa vez, minha manifestação foi acatada pela CPTM, onde, ao tratar o assunto "fotografia nas dependências da companhia" ouvi duas coisas importantes:
- "É a primeira vez que isso acontece", disse a chefe de segurança da companhia, mesmo eu relatando dois casos anteriores e, recentemente, soube de mais uma dúzia deles;
- "Você precisa entender que é 'mídia', por mais que suas fotos vão para acervo pessoal, você faz fotos diferenciadas de todo o pessoal", disse o assessor de imprensa da CPTM/ Metrô.


Acatei essa última e entendi como "piada" a primeira. E realmente, a primeira têm sido uma grande piada. Já que a ordem é essa -sou 'mídia', que todos entendam assim quando tiver que fotografar- então assim será.


GRANDE ERRO.


Ferraz provisória inaugurada. Ótima oportunidade pra fazer fotos e ilustrar uma nota pro Facebook. No domingo, passo por lá e paro pra tirar fotos, mas, antes, a autorização da chefia, que não pôde naquele momento, já que o chefe trabalhara somente de segunda a sexta. Disse que retornaria na segunda e o encarregado da estação, substituto direto do chefe que estaria na segunda no horário em que aparecesse, intermediaria com chefe. Volto eu, segunda, no horário combinado. O chefe conversa comigo em meio a diversas checagens finais de "pequenos defeitos" na estação, como abastecimento, vestiários etc. Coisas simples e que não interferiram na vida do usuário em sua grande maioria. Expliquei meus porquês de estar ali e então...


"Você é o Ricardo? Lá do Diário?"


Contrariei, expliquei que não, mas, fiquei curioso, então ampliei e perguntei sobre outros. A resposta foi desanimadora. Segundo o chefe de Ferraz de Vasconcelos, a ele ainda não haviam causado nenhum problema diretamente, mas, por motivos que eu desconheço (mas faço ideia quais), outros chefes tem bronca tremenda e os quer longe de suas estações. No final, não fui autorizado, tendo assim que recorrer aos métodos que tentava utilizar em 2008 quando fazia trabalho de conclusão de curso: autorização "escrita" da mídia da CPTM.
Aí cês me perguntam: eu fiquei chateado? No começo sim... Tinha consideração -ao menos relativa consideração- pelo citados. Mas, preferi, pra não desanimar, rir disso tudo. Criei "O Estado de Cobrasma".
Combater o fanatismo tocando na ferida, nas manias, nos gostos e rindo de tudo isso talvez seja a solução. E por que não rir de como as companhias agem? Claro... É humor.
Por não gostarem, brinquei com todos.
Pode não ser de bom gosto -PRA QUEM É "VÍTIMA"- mas, tem muita gente que acaba rindo. Eu juro que, quando escrevo, não vejo graça. NENHUMA. Mas, ao ver gente comentar no Facebook, ver que ele é melhor posicionado até que o "Usuário" em dados momentos, isso sim me faz gargalhar. Mostra que atingiu quem deveria. E mais: deixou bronqueado e fez rir até quem poderia ter N motivos pra achar "uma piada sem graça" -conta a lenda por aí que teve diretores da CPTM e Metrô rindo com o blog e, principalmente, porque blogueiro achou "indevida a sua existência". Mas, fiz a piada, zoei muita gente ao falar que tinha um série 8000 em testes na linha 9 em operação num domingo chuvoso e no mínimo 17 acreditaram e quase 8 saíram em busca do "trem inexistente".
Essas brincadeiras curaram um pouco a tristeza de como é ver que gente boa faz tanta bobagem, transforma hobby (coisa saudável) em mania (vício) e consegue não só se estrepar como ferrar todos os outros que curtem com parcimônia e sem fanatismo. Além de, tentar desiludir -ou não- como é a rotina da operação das companhias, que nem sempre é as mil maravilhas que vemos nas campanhas de final de ano.


Mas voltamos ao "Vida"...


Celebramos o amor...
Evolução foi uma palavra-chave aqui. Consegui criar com relativo sucesso duas colunas: "Causos", revivendo o que o engenheiro Renê Schoppa -que tem até livro publicado com vários- fez na antiga Revista Ferrovia. Causos como o da Aline Tibério e do Anderson Nascimento foram exemplos de que é possível pessoas viverem histórias bonitas e de reflexão. "Nos Trilhos da Balada" pode ainda expandir, mas, os moldes deram muito certo! A divulgação funciona e chega a quem precisa chegar. Eu adorei publicar um texto de um amigo aqui e ver que, mais tarde, ele estaria escrevendo pra valer -claro, falta agora ele passar de especialista pra jornalista, hehe-, principalmente porque o texto era todo bom, conciso, coeso, sem necessidades de alteração ou edições pra melhorá-lo. E fiz questão de colocar sua assinatura, porque olha... Não é todo dia que qualidade pinta "no teu colo" assim.
Mais um ano e Negócios nos Trilhos coberta! Segundo ano com texto, mas, terceiro ano visitando. Conforme a própria organização, a maior de todos os tempos. E realmente, era tudo muito grande: estandes, maquetes e miniaturas (é, os que levaram miniaturas em escala não queriam saber  muito de HO ou N dessa vez). Sérgio Avelleda, com o cargo pedido pelo ministério público, era "o homem do metropolitano" e junto ministro dos transportes mostrava os cenários de como o estado estaria com as expansões da CPTM e do Metrô. Por sorte, o MP não foi feliz pedindo o cargo do Avelleda. E nem conseguiram parar as obras da linha 5 - Lilás.
A NT 2011 foi além de ponto de negócios, lugar de rever os amigos assessores, como o pessoal da Amsted, Hitachi e Bombardier e ver os amigos também, já que alguns deles estiveram por lá. Não só conhecendo novas empresas e vendo a maquete do monotrilho, mas, também, revendo profissionais do setor.




E chega ao fim 2011. Algumas decepções, alta criatividade, muitas ideias, enfim... QUE VENHA 2012 E SEJA MAIOR E MELHOR!


Bom começo de ano a todos!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Enfim, NTV Italo faz viagem inaugural

No último dia 13, o trem que tem sangue de Ferrari fez primeira viagem; Holofotes e mídia caracterizam como "o trem mais popular da Itália"

Do Vida Sobre Trilhos

Bons dias, senhores usuários!

Pronto para partir - Foto: Fanpage
"Treno Italo"
Havia tempos que poderia ser visto, tanto na fan page do "Vida" no Facebook e no Twitter informações sobre esse trem. Muito disso, talvez por identificação com o nome do autor do blog (sim, rolava um fanatismo exagerado), mas, outras questões bem curiosas o cercavam.
A exemplo, o projeto do Nuovo Trasporto Viaggiatori  é a primeira operadora de trens de alta velocidade privada do mundo e tem como sócios Luca di Montezemolo, Diego Della Valle (dono da marca de artigo de luxo Tod’s), Gianni Punzo e Giuseppe Sciarrone 
e também a SNCF, uma gigante estatal de infraestrutura e operação de trens de alta velocidade da França.
Em especial, Luca di Montezemolo é bem conhecido por ser  presidente da Ferrari -tanto os luxuosos esportivos, quanto a escuderia da Fórmula 1- o que imprime a atual imagem e comunicação visual dos 25 trens.
O NTV Italo é uma adaptação para Itália do AGV  - Automotriz a Grande Velocidade da Alstom, veículo que dispõe da mesma tecnologia do trem que fez os 574km/h em 2008. E qual o barato dessa tecnologia e onde podemos ver isso?

Detalhes do interior do trem, mantido a sete chaves
até bem pouco tempo atrás
Diferentemente dos primeiros trens, somente haviam de dois a três carros-motores (locomotivas) por composições. E neles, motores de alta potência, logo, grandes beberrões de energia para fazer com que a composição atingisse as altas velocidades propostas nesse tipo de trem (TGV). Com o tempo, foi se percebendo que é possível usar mais motores, aumentar o espaço físico para passageiros nos trens (o que, até então, não era possível, já que a locomotiva carregava todos os equipamentos necessários pra tracionar a composição), aumenta a flexibilidade do "criar composições" -antes era restrito a um número X de composições, já que a locomotiva poderia não ter o mesmo rendimento e performance com mais carros-reboque- e diminui-se o gasto de energia e gera-se mesma potência indiferente o número de carros. 


Imagens do aplicativo  "Italo, il tuo treno" que pode
ser baixado na Apple Store
Fechando o raciocínio: todos os carros de uma composição de alta velocidade passaram a ter motores e sendo mais "verdes" com isso. Algo comum de se ver hoje nos novos trens do Metrô de São Paulo, como os Alstom frota F da linha 5 - Lilás, os CAF's H e os Rotem da linha 4 - Amarela.
No último dia 13/12, depois de ser adiado em setembro, o trem fez sua viagem inaugural e a operadora disponibilizou em todas as estações atendidas por ele entre Salerno e Torino e no trecho atendido até Veneza. Em meio a tudo isso, problemas com locais de venda foram noticiados pela operadora também. Na mídia, a NTV não há o que reclamar: esteve ligada em todas as redes sociais, disponibilizou um Flickr com fotos autorais exclusivas e sempre mantinha atualizações exclusivas via Facebook sobre o que estava acontecendo, onde o trem era destaque. Chegou ao iPhone/ iPad por meio de um simulador e já tem à venda o seu ferreomodelo.

TAV Brasil

O projeto do Trem de Alta Velocidade, ligando Campinas ao Rio de Janeiro terá seu novo edital publicado no próximo dia 2 de janeiro e o leilão previsto para agosto ou setembro. Consórcios entre empresas nacionais e multinacionais do setor ferroviário estão se formando, uma vez que várias condicionantes que afastaram empresas na primeira tentativa da concessão falharam por submeter as possíveis administradoras da ETAV a não ter lucros com o trem.

Tenham uma boa semana!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Negócios nos Trilhos 2011 surpreende pelo tamanho e pelas novidades

Batendo recordes de locações, a NT11 consagra-se como maior evento de negócios do setor ferroviário; mas não só negócios aconteceram


Do Vida Sobre Trilhos


Bons dias, senhores Usuários!


Innovia Monotrilho 300: ano passado era uma minia-
tura em escala. Este ano, foi possível conferir o
mock up em tamanho real. Foto: Denis Castro
Pelo 14º ano, a Revista Ferroviária promoveu a feira Negócios nos Trilhos. O evento deixou sua marca: a maior proximidade com os trilhos levou a General Eletric (GE) a expor uma das primeiras locomotivas AC44i a chegarem no Brasil. Discreta nos primeiros anos - uma das edições inclusive ocorreu dentro da estação Júlio Prestes, ocupando a gare e parte superior da estação da antiga Estrada de Ferro Sorocabana -, a feira cresceu e ocupou por completo o Pavilhão Vermelho do Expo Center Norte. Este ano, segundo palavras de Gerson Toller, diretor da RF, "a expectativa era de reunir mais de 180 expositores e atrair 10 mil visitantes". Superando o ano de 2010 - que contou com 162 expositores - a feira fechou a sua 14ª edição com 180 expositores e 7 mil visitantes, mil a mais do que o ano passado. Além do costumeiro pavilhão, o evento tomou parte do pavilhão ao lado.
Movimento durante o evento. Cerca de 7 mil
  pessoas visitaram a feira. Foto: Denis Castro
Empresas do Japão, Espanha e França tiveram seus estandes temáticos organizados por país. Dentre novidades, a  Talgo, empresa especialista em trens regionais de média e longa distância, e também de alta velocidade, apresentou novidades na Negócios nos Trilhos. "O nosso mercado são os trens regionais. Dispomos de produtos para o que nós chamamos de Intercity, ou seja, grandes distâncias, desde que não seja Metrô. Com toda certeza, somos líderes em alta velocidade no mercado hoje em dia", afirma João Constantino Meireles, diretor da Talgo na América Latina. A empresa não é conhecida pelos brasileiros, já que a maioria dos carros de passageiros e composições são nacionais. Mas vários outros países da América, Europa e Oriente Médio contam com a Talgo para suas linhas de trens de média distância e alta velocidade:"Talgo está nos EUA, Argentina, Espanha, Portugal, França, Alemanha, Itália, Cazaquistão, Ubesquistão... Temos Talgo pelo mundo todo!", comemora Meireles. A primeira menção à empresa deu-se quando começaram a surgir os primeiros planos para trens regionais em São Paulo. O TAV Brasil também é outro grande interesse da companhia, que tem intenções de se associar: "Estamos em conversação com muitas empresas, mas ainda é cedo pra falar nesse assunto. Quando sair o edital, será o momento para saber exatamente com quem nos associamos e de que forma nos associamos", explica Meireles. Para ele, é necessário analisar os casos e ver como a empresa procederá para participar do leilão do TAV, previsto para agosto de 2012.
Projetos da CAF em andamento. Foto: Denis Castro
Outra espanhola de presença no setor ferroviário é a "Construcciones Y Auxiliar de Ferrocarriles" (CAF), que comemora a instalação de sua fábrica em Hortolândia (SP), o novo pólo da indústria ferroviária brasileira. Comemora também a entrega dos primeiros 48 trens da companhia no Brasil e a recente PPP com a CAF S.A. (sede espanhola) e a ICF (Inversiones en Concesiones Ferroviarias). As duas primeiras composições de 8 carros no país com passagem livre plena do primeiro ao último carro (open gangway) serão entregues para a operação na linha 8 - Diamante da CPTM. O estande da CAF seguiu a ideia usada pela Bombardier: foi montando um "Cyber CAFé" dentro da feira. Qualquer semelhança é mera coincidência.


Números de 2011 e a evolução do setor ferroviário


AmaxLong: vagão desenvolvido especialmente para
a empresa Brado Logística. Foto: Denis Castro
Segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), os investimentos das concessionárias para ampliação, manutenção, recuperação, compra de tecnologia e outros para ferrovias já não contam com a ajuda da União desde 2009. Isso indica maior independência financeira das concessionários para administrar suas malhas ferroviárias, o que é considerado um passo significativo. A previsão para o ano de 2011 é de R$ 3 bilhões em investimentos. No período de 1997 a 2009, as concessionárias investiram R$ 21 bi em material ferroviário. A União, no mesmo período, colaborou com somente R$ 2,98 bi. Até hoje, o ano em que mais se investiu foi 2008: R$ 4,3 bi, dos quais R$ 225 milhões vindos dos cofres públicos.
AmaxTop: em testes nas duas margens do
Porto de Santos.
Beneficiadas, novas empresas como a Brado Logística, a Rumo Logística - duas das principais compradoras -, e a AmstedMaxion ampliaram sua atuação no setor de vagões. A Brado tem como especialidade o transporte de contêineres para o Porto de Santos, via Ramal de Exportação Mairinque-Santos. A empresa colocou a série Amax - uma de suas novidades na NT - à disposição.
Com exclusividade, ela desenvolveu o AmaxLong, que tem 26 metros de comprimento, um dos vagões mais longos produzidos para o transporte de cargas. Assim, necessidades especiais surgiram, como: planejar seu comportamento em curvas horizontais; desenvolver um engate especial, com estrutura mais simples, porém eficiente para diminuir a tara; criar anteparos protetores das portas dos contêineres e dispositivos frigoríficos a serem carregados; instalar truques tipo "Ride Control", permitindo até dois contêineres padrão ISO de 40', quatro de 20' ou três de 20' em apenas um nível, com peso bruto máximo de até 130 toneladas. A Brado já adquiriu 145 desses vagões para iniciar suas operações e todos serão entregues até o fim deste mês, segundo a AmstedMaxion.
Já o AmaxTop, desenvolvido em abril, é o primeiro vagão brasileiro a transportar contêineres empilhados nos padrões ISO 20', 40' e "High Cube", deixando a carga com até 6 metros de altura em relação aos trilhos. Neste, um sistema de absorção de choques e sistema de aplicação variável de freios quando carregado ou não, são as principais novidades do modelo. Ele já está em operação para testes na malha litorânea da MRS, que compreende as duas margens do Porto de Santos. Para um melhor rendimento, a Malha Regional Sudeste Logística fará ajustes de gabarito de suas vias para a conclusão dos testes e posterior ampliação no número de vagões do modelo.
A nova cara da CPTM e do Metrô de São Paulo
No transporte de passageiros, a CPTM e o Metrô de São Paulo pretendem investir R$ 39,4 bilhões até 2015, seguindo o plano plurianual (PPA) do Governo do Estado de São Paulo. Segundo o presidente da CPTM, Mário Bandeira, há intenções de ampliar linhas existentes e renovar frotas por meio de nova licitação e um aditamento com empresas que já possuem contrato com a CPTM (Alstom e CAF): "Estamos trabalhando para a ampliação da frota, estudando a aquisição de 21 trens por meio de aditamento de contratos existentes e outros 40 novos, cuja audiência pública será realizada no próximo dia 18 de novembro", diz Bandeira. Além da nova linha até Guarulhos (13 - Jade), que parte de Engenheiro Goulart e vai até a estação Zezinho Magalhães, próximo ao Parque Cecap, e a extensão da linha 9 - Esmeralda até Varginha, a CPTM pode ter a malha ampliada em 41 quilômetros, chegando a 301,4 km de extensão. Também pode-se incluir nesses projetos os trens expressos: o do ABC, partindo da estação Mauá até Luz; o de Jundiaí, partindo da estação Lapa; e a ligação Alphaville - Tamboré por meio de Parceria Público-Privada (PPP). Há ainda os projetos regionais de Sorocaba, Santos e São José dos Campos, também nos mesmos moldes.
No Metrô, a promessa é de que, com os investimentos do estado, a ampliação da rede chegue até 137 km até 2015. Para isso, não serão poupadas as PPP's, a exemplo da linha 6 - Laranja, que seguirá este modelo.


Além dos negócios


Country foi um dos ritmos que movimentaram o
"Boteco da MIC" na NT2011
No quesito entretenimento os expositores da Negócios nos Trilhos deram show. A empresa de Kirkior Mikaelian, a Metalúrgica, Indústria e Comércio (MIC S/A) é especializada em peças para o setor ferroviário: válvulas de segurança, tubos de descarga e tampão do domo para vagão tanque, portas de descarga (tremonha), fechos, adaptadores para rolamento, cartucho e peças para o setor de freios. A empresa trouxe o  "Boteco da MIC", onde por várias vezes ao redor do estande aconteciam espetáculos de dança de estilos variados como country, samba e dança do ventre.
Dj anima o estande da AmstedMaxion na NT2011


A AmstedMaxion trouxe dj's para seu estande enquanto as novidades da empresa eram apresentadas. Além disso, os visitantes podiam degustar bebida e  quitutes preparados pelo buffet do evento. Na A.C. Corrêa, diversos músicos se revezaram para manter o ambiente alegre e amistoso.
No último dia, um espetáculo com direito a escola de samba encerrou o evento com chave de ouro. Gerson Toller, diretor da Revista Ferroviária e organizador do evento, foi um dos percursionistas.
Gerson Toller e Mikaelian ao som de uma
   escola de samba na NT2011. Foto: Denis Castro
Dos estandes, o mais movimentado foi o da MPE/ T'Trans/ Scomi. A Scomi, por meio de parceria com a MPE, estará em breve instalada no Brasil e produzirá monotrilhos para atender à linha 17 - Ouro do Metrô de São Paulo. A MPE, em parceria com a Temoinsa, fornecerá veículos para o aeromóvel de Porto Alegre, ligando a estação Aeroporto da Trensurb até o Terminal 1 do aeroporto internacional Salgado Filho.
Muitos negócios foram fechados e outros ainda serão. O clima de celebração, que não é a de um "boom" no setor ferroviário, marca a consolidação e a retomada de projetos para solucionar o problema da mobilidade no Brasil. 


Veja fotos feitas -e cedidas- pelo Denis Castro, amigão de todas as horas do blog:





Confira também as fotos realizadas pelo autor do blog:





Tenham uma boa semana!

domingo, 6 de novembro de 2011

Nos trilhos da balada #4 - Trem especial para Sabaúna

Com composição do Expresso Turístico da CPTM, Associação Nacional de Preservação Ferroviária quer levar turistas e moradores de outras cidades e distritos de Mogi a conhecerem vilarejo histórico

Boa noite, baladeiros!

Informações importantes sobre a viagem.
Clique para expandir visualização
No próximo dia 27 de novembro, o Expresso Turístico faz mais uma viagem a Mogi das Cruzes. Seria normal citar isso seguindo a programação dos trens que está no site da CPTM, a não ser por alguns detalhes: não irá parar na estação Mogi das Cruzes e terá a ANPF no comando. Além de parar numa das mais belas e preservadas estações de trem da região.
O distrito de Sabaúna -que seu nome se origina do Tupi-Guarani, "Tamba Una" ou concha preta- é o local que já deixa o turista dentro do Vale do Paraíba (talvez o único caso onde uma cidade consiga se encaixar em duas regiões diferentes) e, alguns quilômetros à frente, a cidade de Guararema.
Sua ocupação se iniciou massivamente por volta de 1889, quando de fazenda ocupada por uma família tirolesa, já em 1900 -com a estação já operando-, tornou-se o "Núcleo Colonial de Sabaúna", com 75 famílias brasileiras, 80 espanholas,  28 italianas, 9 alemãs, três portuguesas, duas francesas, austríacas, uma belga e uma africana, totalizando 201 famílias. A maior parte dos atuais moradores do distrito tem descendência dessas famílias.


Mas a história de Sabaúna vem desde a época das capitanias hereditárias, quando este local fora arrendado e administrado pelos frades do Convento do Carmo. Logo, 384 anos de história.
Algumas lendas permeiam o distrito, como a do "Lobisomem de Sabaúna", em um breve vídeo que ronda o Youtube e, dentre as atrações turísticas, os eventos promovidos pela Associação Nacional de Preservação Ferroviária - ANPF com ferreomodelismo e aeromodelismo e o festival de inverno de Sabaúna, reunindo atrações locais e regionais fazem do distrito um local a se visitar numa passagem por Mogi das Cruzes. E com o trem não será diferente. Para a viagem, além de cruzar um trecho que somente os trens de carga da concessionária MRS podem passar normalmente, haverá eventos dentro da estação.

Serviço

A viagem toda é garantida pela agência Rizzatour e tem o apoio da Javatur. Com vendas pela Rizzatour e Prefeitura do Municipal de Mogi das Cruzes, as passagens custam R$130, com ida e volta, serviço de bordo no trem, seguro viagem e monitores de turismo. Não estão inclusos bebidas e guia para passeios pelo distrito. Também conta com o apoio da MRS Logística e Comtur - Conselho Municipal de Turismo de Mogi das Cruzes.


NOTA GERAL: 9,9


Boa diversão, baladeiros!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

"Ele queria sair para ver o mar..." - Causo Ferroviário

Do Vida Sobre Trihos


Bom dia senhores usuários!


E eis que então, uma surpresa chega a nosso amigo Denis Castro. Em tempo que estamos numa nostalgia de que trens de média e longa distância precisam voltar, um causo nos surpreende.


Leia com atenção o relato a seguir:


Estação Santos: o destino de muitos trens da Fepasa
com destino final no litoral. Foto: Vanderlei Gomes
"Caros amigos um bom dia,vou relatar aqui uma história bacana vivenciada por um garoto na estação Palmeiras/ Barra Funda da CPTM. Eram por volta de 21:30 quando ao meu encontro um garoto me abordou pedindo uma informação,o pedido era saber como chegar até "Ilha comprida" Litoral de São Paulo,de Trem... Logo estranhei, afinal, fazem mais de 10 anos que não temos nenhum trem para o litoral. Perguntei a idade dele,e ele me disse que tinha 17 anos,mas aparentava bem menos... Fui conversando bastante com ele para tirar outras informações e ele me disse que estava correndo atrás de um sonho,o de "conhecer o mar" que apenas tinha visto pela TV. Ouvindo o relato ele contou que vendeu parte das trufas de chocolate que a mãe havia feito para ele vender e comprou um lugar em uma van clandestina que partiu de sua cidade natal,Sorocaba interior de São Paulo com destino á capital onde veio desembarcar na estação rodoferroviária da Barra Funda.Eis que, em relato, disse que apenas o pai sabia de sua aventura e a mãe nem imaginava. Pedi um telefone no caso o da mãe e ele forneceu um número de celular onde entrei em contato com a mãe do garoto, essa me disse que o garoto tem apenas 14 anos e que estava já há dois dias desaparecido. O menino queria a todo custo saber como chegar até o mar,e passei a orientá-lo que esta não era a melhor ideia para a idade dele e para a condição atual: sem dinheiro,sem banho,sem meios de se sustentar lá no litoral.Então, vi que lágrimas escorriam na medida que o sonho dele ficara cada vez mais distante de sua atual ilusão. Encaminhamos o garoto para o conselho tutelar e avisamos a mãe,passei o dia em contato e buscando maneiras de ajudá-lo. A mãe contou que vive com outra irmãzinha dele e ele apenas, é separada e a irmãzinha tem necessidades especiais, nenhuma condição de buscar o garoto e passei o dia atrás de uma solução,no meio da tarde. Até receber outra ligação da mãe em meu celular, muito preocupada, relatou-me que o garoto havia fugido da casa do conselho tutelar onde aguardava a mãe.
Fiquei em choque juntamente com ela.
Passada algumas horas, algo em torno das 22 horas, a mãe do garoto me ligou novamente, e disse que o menino havia chegado são e salvo em casa. Fiquei muito feliz com o desfecho mas não me dei por satisfeito em saber que a busca pela concretização do sonho do garoto não ter sido concluído e ter sido interrompido no terminal Barra Funda. A mãe informou que o garoto foi levado pela prefeitura de São Paulo até Sorocaba e que houve falha de comunicação entre a prefeitura e a assistência social, por isso informaram que o garoto havia fugido, já que não o encontravam por já ter sido levado em segurança para a mãe...Logo mais, ainda hoje (19/10),irei ligar para o garoto para falar com ele e quero muito ajudá-lo a realizar este sonho... 
Em breve postarei aqui o desfecho da história e podem ter certeza,o João* vai sim ter o sonho realizado...
Agora fazendo um breve comentário,quantos e quantos João's* sonham com coisas tão simples para nós,que tanto lutam para realizar e acabam-se frustrados na vida pela condição social em que vivem. A humanidade é tão unida que muitos querem apenas saber de si e se esquecem dos próximos... E nossa política e governo que deveriam dar condições ao nosso povo apenas impera em seus palácios, com as mãos suja de um lado e uma pia de água do outro e apenas as juntam para lavá-las..."
E Denis explica porquê esta história o tocou tanto...
"O caso do garoto me comoveu porque fiz a mesma coisa quando pequeno. Mas o que diferenciou foi apenas o destino: eu, quando criança, tinha o desejo de retornar a Bebedouro (interior de São Paulo) de trem e o fiz sozinho, sem minha mãe saber e fui também recolhido a uma casa de menor na cidade. Mas realizei meu sonho que era simples: voltar a andar nos trens da Fepasa para o interior, mesmo que minha mãe e minha tia tivessem que me buscar dias depois..."

Tenham uma ótima semana!

Quem quiser ajudar o Denis a realizar o sonho do menino, contate-o no Facebook ou pelo e-mail denisfepasa@uol.com.br 

*O nome do menor foi preservado.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

César de Souza tão cedo precisa de trens

Enquanto cidade de Mogi das Cruzes não conseguir dar atenção especial no seu modal sobre pneus e integrá-lo de forma decente com os trens da CPTM, César será somente um "tapa-buraco" de redação


Do Vida Sobre Trilhos


Bons dias, senhores usuários!


Estação Jundiapeba, a terceira mais movimentada
da cidade
A cidade de Mogi das Cruzes é a terceira maior da região metropolitana em território, mas, em ocupação urbana -uma das coisas que Mogi cita como orgulho- é das menores se comparada a Guarulhos e a própria capital: menos de 40% de sua área é urbanizada, não houveram grandes mudanças para ampliação de avenidas e a população está bem centralizada. Mas, ao mesmo tempo que é uma cidade que tem um grande foco no agronegócio, é também uma "cidade-dormitório": suas estações movimentam hoje quase 32 mil pessoas/dia, com interesses em deslocamentos internos (explicado a seguir), alguns poucos para outras cidades do alto Tietê e capital. Não satisfeita, ainda anseia atender mais um distrito: César de Souza. Segundo contam os mais velhos, essa "briga" pela estação começou ainda nos anos 90 e a mídia local sempre foi um grande porta-voz para dar vazão aos anseios do povo.


E ja naquela época, a CPTM já deve ter acenado negativamente por essa extensão.


Cartaz com dados gerais, com informes de deslo-
camentos, concentração populacional
e destinos que os mogianos tomam
ao usar o transporte público.
Foto: Haiser Ferreira/ TGVBR
Em 2009, durante o plano "Expansão SP", a CPTM propôs uma mudança radical: um projeto há tempos comentado começava a ganhar moldes: o Veículo Leve sobre Trilhos - VLT recebeu um projeto orçado em R$900mi para substituir os trens que operam atualmente entre Guaianazes e Estudantes, ser uma opção que atenda de maneira eficiente a demanda interna -nas pesquisas Origem/ Destino, a maior parte dos deslocamentos dos mogianos utilizando trens e qualquer outro modal é dentro da própria cidade- com a inserção de três novas paradas -Nova Jundiapeba, Vila Industrial e César de Souza-, melhor integração com o Expresso Leste que iria até a nova estação terminal Suzano, veículos novos, a possível exclusão de boa parte dos projetos de viadutos, já que parte dos muros cairiam e novas passagens seriam criadas, oferecendo não mais opções centralizadas para se deslocar dentro da cidade. Mas, com uma massiva campanha de um veículo de comunicação e uma contra-análise com poucos embasamentos, os mogianos e a política de Mogi permaneceram na promessa dos trens diretos sazonalmente (viagens diretas nos vales) e que esses chegariam até 2012 em Mogi. Promessa já refutada e que pode somente chegar -e se chegar- após 2014.
Em janeiro desse ano, na falta de boas pautas, já que cidade pouco gerava motivos para preencher uma primeira página com assuntos não-governamentais, "ressuscitar uma pauta" poderia ser a solução. Não tão diferente do que já fez o extinto "Notícias Populares", um jornal editado pelo Grupo Folha, que chegou a inventar o "Bebê Diabo" pra preencher uma lacuna editorial, o jornal repete a dose, só que tratando de assunto sério e sendo totalmente parcial e sem tantos argumentos técnicos que possam justificar sua defesa.
Até aquele momento, não 'existia manifestação popular sobre o trem, mesmo da primeira tentativa de cobrar a extensão da linha. De modo repentino, surgem pessoas de diversas áreas de interesse apoiando a campanha (desde líderes comunitários, políticos e até empresários), pesquisas afirmando um crescimento "exponencial" e expansão empresarial. Algumas afirmativas do próprio grupo é de que a demanda da estação chegue a 15mil


Sendo assim, todo dia, metade da população local se desloca pra fora de César?


Veículo do SIM - Sistema Integrado Mogiano
da empresa Princesa do Norte
Números de outras pesquisas oficiais afirmam o contrário: César desviaria usuários que hoje dependem do ônibus como modal para chegar até Estudantes e não trariam um adendo de usuários significativos. César, em embarques únicos, tem demanda de, apenas, 210 usuários/dia até 2014, ou seja, os embarques únicos sequer pagariam a operação da estação, orçado em R$105mil por mês.
Numa demanda projetada, em 11 anos cairia: seriam 150 usuários/ dia em 2025. Ou seja: há meios de solucionar, se o problema é o transporte público, o problema da mobilidade em César. Nesta mesma pesquisa, dados provenientes da Origem - Destino indicam que os deslocamentos do distrito são internos (dentro da própria cidade e dos bairros que o compõe).
Imagem obtida no site da Prefeitura de Mogi
deixa bem claro que o  transporte público
local é operado de maneira troncal
Então, uma nova questão: o SIM - Sistema Integrado Mogiano, onde as empresas CS Brasil/ Júlio Simões e Princesa do Norte são concessionárias, mantém somente um sistema que, mesmo Mogi não sendo urbanamente grande, usa de transporte troncal (onde os veículos tem o referencial de avenidas principais e distritos/ sub-distritos) para definir locais e pontos de parada e não possui um sistema "alimentador", onde veículos menores (que ambas concessionárias possuem para linhas de menor demanda)? Por que não há mais linhas alimentadoras, ligando pontos finais de ônibus até outros pontos de interesse da população e outros que interliguem bairros, sub-distritos e distritos sem que seja necessárias voltas por grandes avenidas?
Com poucas atitudes, um investimento orçado, aproximadamente em R$145mi para implantar a estação, o dinheiro gasto mensalmente em sua operação se faz muito mais para a melhoria da linha atual e outros planos que o próprio secretário Jurandir Fernandes tem pra César: um ponto estratégico para o trem regional até São José dos Campos, onde, com o bilhete metropolitano e integração municipal, podem-se deslocar mais usuários diariamente num serviço que tem maior respaldo, já que o vale do Paraíba tem uma demanda grande e muito mais reprimida de uma boa ligação com a capital paulista.


Terminal Central, um dos pontos de partida dos
ônibus do SIM mogiano
Hoje todo o sistema de transporte de Mogi está centralizado em linhas que começam em bairros e tem parada final nos terminais Central e Estudantes -localizados a menos de 200 metros da estação Mogi das Cruzes e Estudantes, respectivamente- e não podem haver integrações com os trens. Pelo simples motivo de que nenhuma das empresas concessionárias está disposta a repassar subsídios da integração com os trens.


Tanto no transporte municipal, quanto no metropolitano da EMTU que poderia atender os passageiros de Salesópolis, Guararema e Biritiba Mirim que usam os ônibus da CS Brasil/ Júlio Simões até o centro e/ou estação mais próxima.


Veículo da CS Brasil/ Júlio Simões que presta
serviços à área 4 da EMTU
Segundo fontes, como há um monopólio na região 4 da EMTU (Unileste), todas as empresas estão oferecendo exemplar resistência ao bilhete metropolitano. Diferente de outras empresas que já propuseram meios de integrá-los o mais rápido possível e, algumas, já o fizeram.
Mogi, antes de pedir um trem sem demanda, deve rever seu conceito municipal de transporte. O SIM já surgiu errado, as tentativas de ampliá-lo e melhorá-lo estão unicamente nas mãos dos empresários do transporte local que, em seu olhar ultrapassado, creem veementemente que a integração retirará usuários de seus ônibus -o que, em Jundiapeba, que possui somente duas linhas atendendo diretamente o distrito e outras três que passam em pontos próximos, sem a integração, já acontece, há uma preferência superior no deslocamento por trem em vista do ônibus para o centro. Qual o critério utilizado pra explicar que 15 linhas troncais são suficientes para atender a um distrito, segundo o poder público, mídia e movimento popular, sendo que há movimentação interna de passageiros no bairro? E o critério que definiu, por contrato, que cada concessionária deva possuir 90 veículos, desses, uma média de 85 operando nas linhas e 5 ônibus reserva? Antes de lutar por um outro modal, é necessário rever o modal de casa.


Tenham uma boa semana!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

A última parada - Causo ferroviário

Do Vida Sobre Trilhos

Bons dias, senhores Usuários!

Em épocas áureas de trens de média e longa distância, esse é um causo raro de se ouvir.  Outro retrato contado por Anderson Conte, membro da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - ABPF regional São Paulo e comunidade "Sociedade Amigos da CPTM".
Se você tem um causo, mande pra cá via e-mail, o vstrilhos.blog@gmail.com, nota com citação à fan-page do Facebook ou pergunte também via twitter, o@vstrilhos.


Segue o causo:
Foto da estação, de José Sanches,
 da "A Gazeta de Santo Amaro", 27/09/1963
"Este causo aconteceu num sábado de janeiro em 1991, quando eu, o meu avô sr. Natalino Conte (in memoriam), e o meu tio José Conte, fizemos a viagem no trem turístico da Fepasa, que nesta época, operava aos sábados e domingos entre a estação Barra Funda e a estação de Santos da Sorocabana - FEPASA na Av. Ana Costa.
Embarcamos na composição na plataforma - 04 de Barra Funda por volta das 08h da manhã. O trem seguia pela atual linha 08 - Diamante até Imperatriz Leopoldina, onde após entrava no Ramal de Jurubatuba (linha 9 - Esmeralda), seguindo até Evangelista de Souza, no entrocamento com a Mairinque / Santos.Em Evangelista era feita a troca de Locomotivas, saindo a maquína do trecho do metropolitano (nesta dia era a LEW 3709) e entrando uma locomotiva de Santos (U-20).
 VIAGEM ESPETACULAR Belíssima paisagem do trecho ferroviário de serra da antiga Sorocabana, com suas maravilhosas cachoeiras e túneis!
A estação, em foto de jornal, 30/07/1958.
Foto cedida por Coaraci Camargo
Passamos o dia em Santos e a tarde, embarcamos no trem de volta pra Sampa. E como era sábado, a maioria dos passageiros ficou em Santos, provavelmente para voltar no dia seguinte. Então, o Chefe de Trem passou os passageiros para um único carro além do carro restaurante, trancando dos dois últimos Carros (BUDD MAFERSA 800, OS MESMOS QUE HOJE ESTÃO ABANDONADOS NO PÁTIO DE PRESIDENTE ALTINO EM OSASCO).Subimos a serra da Sorocabana tomando café com tudo que se tem direito no carro restaurante, curtindo a paisagem do final de tarde.
Em Evangelista troca de Locomotivas novamente, onde a LEW já aguardava para puxar o trem de volta para a Barra Funda.Perguntei ao Chefe de Trem, se seria possivel fazer uma rápida parada junto a antiga e já desativada estação Cidade Dutra, atrás do Autódromo de Interlagos. Pois alí eu já estaria em casa!O Chefe de Trem me levou até o maquinista, conversamos e TUDO COMBINADO!...O trem partiu de Evangelista de Souza já no início da noite, e seguiu pelo Ramal de Jurubatuba de volta normalmente.Quando foi se aproximando onde hoje está a nova estação Autódromo, havia uma passagem em nível (PN). Era normal o maquinista INSISTIR NO APÍTO BUZINA, pois ná época só cargueiros passavam por este trecho do Ramal. (não havia ainda a extensão provisória operacional Jurubatuba / Varginha da então linha Sul de trens metropolitanos da Fepasa).
Passada a passagem em nível, fui eu e o Chefe de Trem para a plataforma (varanda do carro), mas o trem ia se aproximando da estação Cidade Dutra e nada do mesmo parar. E PASSOU BATIDO PELA MESMA SEM PARAR, VINDO LOGO APÓS A PONTE DO RIO JURUBATUBA.Chegando na estação Jurubatuba, o trem tinha de cumprir parada obrigatória alí, pois terminava o trecho de autorização de tráfego por staff (sistema de sinalização anterior aos utilizados nas ferrovias que se baseia na colocação de um bastão metálico em um ponto e autorizando o trem seguir passagem naquele determinado espaço), entrando o sistema do Metropolitano (ATC). O maquinsita "trocava" um relatório ao chefe de estação de Jurubatuba, tanto na ida, quando na volta.
O Chefe de Trem e eu desembarcamos na Plataforma de Jurubatuba e fomos falar com o maquinista, QUE HAVIA ESQUECIDO MESMO DA COMBINADA PARADA EM CIDADE DUTRA! Me pediu desculpas e tudo.Mas não havia mais o que fazer...Perguntei então se seria possivel fazer uma Parada na ESTAÇÃO LARGO TREZE DA FEPASA, ATUAL SANTO AMARO DA CPTM, pois alí teria ônibus para eu voltar. E assim foi feito!Era por volta de 19h30 mais ou menos, quando a composição vinda de Santos alinhou na Plataforma sentido Osasco da estação Largo Treze (Santo Amaro), onde desembarquei.
Meu Avô e Tio seguiram para a Barra Funda, pois moravam no Jabaquara e pegariam o Metrô.
TALVEZ, TENHA SIDO ESTA A ÚNICA VEZ QUE UM TREM DE PASSAGEIROS VINDO DE SANTOS, TENHA FEITO PARADA NA ESTAÇÃO LARGO TREZE DA FEPASA, ATUAL SANTO AMARO DA CPTM PARA DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS!"

Tenham uma boa semana!
*fotos cedidas pelo site Estações Feroviárias.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Evento promove encontro entre “trenzinhos e trenzões”

15º Encontro de Ferreomodelismo realizado na cidade de São Carlos atraiu turistas de todo o Brasil; além das miniaturas, os trens que lá circulam foram atrações


Do Vida Sobre Trilhos


Bons dias, senhores usuários!
Pequena maquete reproduz cidade do interior

No último dia 20 de agosto, São Carlos, à 250 quilômetros da capital foi palco de um dos maiores eventos de ferreomodelismo, a arte de reproduzir trens em escala real. Tal arte iniciou com importações por parte de joalheiros paulistanos e, desde 1967 as Indústrias Reunidas Frateschi dedica-se inteiramente a fabricação de modelos nacionais de trens que circulam pelas ferrovias nacionais e internacionais.
O evento reuniu cerca de 4.000 pessoas, segundo estimativas da organização do Encontro: ”Este foi o 4º Encontro Frateschi realizado em São Carlos e tivemos lá cerca de 3000 a 4000 pessoas. Dentro do previsto, como nos demais”, conta 
o próprio Celso Frateschi, segunda geração do comando da empresa e quem trouxe à tona a dedicação de transformar a Frateschi em fabricante exclusiva de modelos ferroviários.
AC44i da General Eletric: tanto em escala, quanto em
tamanho real em São Carlos
Além do público local e do estado de São Paulo, segundo Frasteschi, estiveram presentes ferreomodelistas de vários estados como Curitiba, Porto Alegre, Brasilia, Ponta Grossa, Blumenau, Joinville, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Uberaba, entre outros. Participaram, com modelos construídos artesanalmente de um concurso para avaliar os melhores modelos definidos em classes, como locomotivas, vagões de cargas por tipo como o hopper -para transporte de grãos e açúcar-, prancha para transporte de conteineres, cegonheira etc., carros de passageiros, carros-correio (transporte de correspondências), Trens-Unidades Elétricas e Diesel -TUE's e TUD's, respectivamente- e “Litorina”, veículo automotriz dotado somente um carro com motor à diesel ou elétrico, com capacidade média de até 50 passageiros de luxo.

O modelismo ferroviário

Área industrial: a perfeição nos mínimos detalhes
da maquete de Curitiba - PR
Para incentivar os presentes a produzir seus próprios modelos, vários trens e locomotivas além dos que estavam competindo foram expostos. Desde modelos de fabricação própria da Frateschi com poucas modificações (como a simulação de manchas de óleo, poeira e lama), até os casos onde junto as maquetes, as composições beiravam o realismo. Para citar um exemplo, um ferreomodelista reproduziu uma zona industrial por completo, onde até mesmo as chaminés soltavam fumaça.

Durante todo o evento, houve sorteios de brindes, dentre eles, quatro caixas básicas, contendo trilhos, fonte de energia, locomotiva , carros de passageiros e vagões de carga. Celso Frateschi afirma que “um dos objetivos do Encontro é motivar as crianças para que ingressem no ferreomodelismo”.

Além das maquetes que reproduzem o extremo realismo, haviam outras que possuem controle eletrônico de movimentação dos trens, da aceleração dos trens quando carregados e a reprodução dos sons dos trens, feito por meio de captação do trem em operação e, em casos específicos, a própria fabricante fornecendo os sons originais das composições. E no evento, também foi comemorado os 30 anos de serviço dos carros da fabricante Budd (montados e projetados aqui pela extinta Materiais Ferroviários Sociedade Anônima – Mafersa) na Rede Ferroviária Federal S. A – RFFSA
. As linhas e ramais da RFFSA que operaram com esse carro foram lembradas com a venda de um carro-correio com a logomarca do evento e a simbologia dos 30 anos. 


Agora, dos trens que a Frateschi produz, os mais vendidos são as caixas básicas do Cargueiro Fepasa e Cargueiro RFFSA. “Sem números, as caixas básicas mais populares continuam sendo a 6511 e 6512”, conta Frateschi. “Ao longo de seus 44 anos, a Frateschi nunca deixou de lançar novos produtos e aprimorar os existentes”.


Os “trenzões” de São Carlos

A AC44i em tamanho real
Enquanto as maquetes, sorteios, conversas entre entusiastas e vendas da loja Frateschi presente no evento ocorriam a todo vapor, a via férrea de São Carlos não parava. A estação tinha uma peculiaridade, um pátio e uma linha para cruzamento, logo, era um local estratégico logisticamente para a operadora local, segundo justificou Celso Frateschi as paradas das locomotivas na estação: “Isso não é nem uma coincidência, e nem uma propaganda, mas um dos motivos pelos quais escolhemos São Carlos para realizar os Encontros. É que os trens da ALL cruzam em São Carlos, o que os faz ficar parados aguardando tempo para seguir adiante”.
Tanto que, as locomotivas da logística de grãos e açúcar da América Latina Logística - ALL, a Rumo, dentre esses trens eram as grandes atrações. As cores vivas -azul e suas variações- chamavam a atenção do público presente. Os vagões hopper, projetados especialmente para transportar as cargas da Rumo também seguiam as cores da empresa, além dos vermelhos da própria ALL e os verdes oriundos da Ferronorte/ Brasil Ferrovias.
Após esse evento, Frateschi já anunciou os próximos eventos, dois já realizados e mais um a ser realizado em outubro: “Nos próximos dias 02 e 03/09 teremos o encontro de Bebedouro e depois, em outubro, o de Bauru”.


Tenham uma boa semana!
Related Posts with Thumbnails