sábado, 30 de julho de 2011

Causo Revolucionário - Causo Ferroviário

Do Vida Sobre Trilhos


Bom dia senhores Usuários!


Esse "causo" divide-se em duas partes. Ouça a trilha sonora abaixo, ficará mais interessante.








Conta o ex-encarregado de estação de Jundiapeba, Antônio Barros, que sua mãe, quando uma menina, presenciou um fato raro. Em julho de 1930, após a morte de João Pessoa, a "Aliança Liberal" --partidos, estados e grupos que apoiavam a candidatura de Getúlio Vargas a presidência-- resolveu pegar em armas para justificar o estopim do movimento armado contra o recém eleito presidente Júlio Prestes, do Partido Republicano Paulista. Enfim, estoura o golpe.
Detalhes das plataformas 2 e 3 e ao fundo, pátio de Mogi
Em 24 de outubro, comandantes militares do Rio de Janeiro --então, capital federal--, anunciam o golpe militar contra o presidente no poder, Washington Luís. Getúlio que, naquela época estava em São Paulo, praticamente tomou pra si um trem com os melhores carros e levou os soldados para o Rio de Janeiro. Conta ainda que, uma das paradas foi em Mogi, para abastecer. Todos os demais passageiros contavam com o serviço de segunda e terceira classe, enquanto os soldados paulistas que se juntariam aos cariocas para manter o poder nas mãos do que viria a ser chamado mais tarde de "Governo Provisório".
 O que foi chamado de "Governo Provisório" ganhava ares de ditadura: Getúlio dissolveu o congresso, colocou interventores em todos os estados da nação --com excessão de Minas Gerais, aumentando a disputa entre São Paulo e Minas ("política 'café com leite'"), exilou todos que eram contra seu governo, proibiu a imprensa livre, entre outras ações. Em maio de 1932, quando os estudantes Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo (MMDC) tentou invadir a sede de um dos jornais favoráveis ao regime de Vargas, foram assassinados.
Buraco na estrutura, contam ferroviários, foi feito por
bala de canhão
Assassinato este que motivou a luta armada contra Getúlio Vargas. A seguir, em 9 de julho, sob o comando dos generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger foram iniciados os primeiros confrontos armados. Durante um dos confrontos, conta os ferroviários, a oficina de Roosevelt da, então, Estrada de Ferro Central do Brasil foi um dos alvos dos revolucionários por eles acreditarem que o local fabricava explosivos e armamento para os soldados de Getúlio Vargas. Tanto que, marcas perduram no local até os dias de hoje...
Tenham uma boa semana! 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Um suspiro: Frateschi volta a ativa com lançamento de locomotiva

GE 5200, a "Vandeca", primeira locomotiva elétrica produzida no Brasil pela General Eletric é reproduzida em escala pela fabricante que surpreende após três anos sem novidades; Apesar disso, Frateschi ainda deve trens segundo entusiastas


Do Vida Sobre Trilhos*


Bons dias, senhores Usuários!


Como se já não houvessem esperanças de que nenhum produto novo fosse lançado para o mercado proveniente das Indústrias Reunidas Frateschi, empresa com tradição em trens em escala, após três anos, uma das locomotivas que os entusiastas e ferreomodelistas mais procuravam é lançada: GE 5200. Originalmente, 10 unidades da "Vandeca" --apelido dado pelos ferroviários da Companhia de Estradas de Ferro na época a locomotiva dado a visibilidade da cantora Vanderléia em plena Jovem Guarda--, operou pelo trecho compreendido da Paulista que vai de Jundiaí Paulista, passando por Campinas e São Carlos, com uso misto para tração de carros e vagões.
Com a criação da Fepasa, foi repintada na "fase I" --vermelho e branco-- adotado por essa concessionária e, mesmo após a mudança de identidade visual, permaneceu vermelha até sua aposentadoria em 1998 e, por fim, completa degradação.
Fase II da Vandeca -- Já repassada a Ferrovia Paulista SA,
assume cores vermelha e branca
Portanto, é de se imaginar o trabalho que a Frateschi pra entregar um produto como esse, já especulado segundo blogs que andaram pelo site Mercado Livre que o preço de venda dela seria de R$245. E é um trabalho complicado conseguir uma memória de locomotivas e vagões antigos, já que, como tudo em tempos de Getúlio, após isso, ditadura militar e até mesmo as próprias leis e regras que regiam as ferrovias de anos atrás, registros fotográficos amadores do tema são raríssimos, o que torna um trabalho de reprodução em escala e com detalhes que a Frateschi propõe-se a fazer, uma pesquisa de mercado, viabilidade e retorno financeiro.


Trens Contemporâneos


Buscar contemplar a memória por meio das reproduções é algo complicado. Mas, também não será interessante hoje iniciar mais gente no ferreomodelismo (que não é um brinquedo como trenzinhos comuns, há uma indicação, à partir dos 14 anos) com trens que são normalmente mais vistos no dia a dia das pessoas? 
Rubens Barrichelo, na época, piloto da Brawn GP
patrocinada pela Virgin Trains em entrega
do Alstom Pendolino
Questiono isso e pego como exemplo o Pendolino da Virgin Trains: mal o trem da operadora inglesa foi entregue (inclusive, Rubens Barrichelo tem uma unidade em sua homenagem), a versão HO já era exibida em maquetes e pronta para a venda. Falta de atitude da Frateschi ou principalmente de, no cenário que hoje estamos, em fabricantes de trens demonstrarem interesse em vender seus trens que circulam em operadoras do Brasil e mundo afora para despertar curiosidade em conhecer e viajar mais de trem? E as operadoras? O que fazem para incentivar o hobby?
Sabemos que, hoje no mercado, de trens metropolitanos disponíveis à venda, há o Siemens 3000 e o Fepasa Unidade Inoxidável 5000 (sem a opção de pintura da CPTM), mas, trens da SuperVia/ Flumitrens, Metrô de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, as unidades Hitachi da Trensurb e a CBTU nordeste afora não tem um trem relevante em escala para o deleite dos ferreomodelistas e interessados que devem conhecer em encontros como o que a Frateschi realizará dia 20 de Agosto na Estação Cultura de São Carlos e ver o que eles fazem, contar com a sorte de o mesmo fazer mais modelos para vender e contatá-lo para negociar, o que pode sair bem caro.
O mesmo Pendolino, correndo numa maquete
Seria essa hora de todos (concessionários, fabricantes de trens e Frateschi) tentar promover um encontro visando esse que, pode ser um negócio de sucesso, já que quem esperava por um Ferrorama como o da década de 80 pensou seriamente em ir para o ferreomodelismo e a Frateschi dá todo o suporte para quem quer adentrar a esse mundo?


Fica a reflexão.


Tenham uma boa semana!


*Com imagens do site da Frateschi; Outras, Arquivo Pessoal/ Web.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

O que causa um acidente de trem

Pergunta não é das mais fáceis de ser respondidas, mas, alguns fatores explicam: desde falhas em equipamentos vitais até falha humana; O acidente da estação Palmeiras/Barra Funda pode não ter sido tão diferente

Do Vida Sobre Trilhos*

Bons dias, senhores Usuários!

Trem descarrilado na oficina de Roosevelt
dia 14/07 - Foto: Ricardo Guimarães
Grandes e pequenos acidentes acontecem. Isso é um fato. Grande parte desses acidentes conseguem passar tão despercebidos que somente quando se posta uma informação de modo errado, num horário onde qualquer interpretação é perigosa e principalmente quando um dia antes houve um acidente. Não só na CPTM, mas, pequenos acidentes diariamente passam despercebidos pelos usuários do Metrô. Falhas de freio, onde o trem ultrapassa a plataforma e acaba abrindo as portas, frenagem e sinalização principalmente são motivos comuns para pequenos acidentes considerados "internos".
Outros, por envolverem usuários, ganham dimensões grandes devido aos desdobramentos. 

Detalhe do rodeiro fora do trilho pela ação do
aparelho de mudança de via - AMV provido de
descarrilador
Trens, meio tão seguro, pra muitos é comparável ao avião que, 'ao falhar, mata a todos'. Mas, não é válido afirmar isso quando houve o acidente do último dia 12, quando dois trens seguindo sentido Luz, um trem da série 7000 (uma das últimas aquisições da CPTM, para as linhas 7 e 12, mas que corre praticamente em todas as linhas) e um 1700 (antiga série 700, originalmente dessa linha). O trem 1700 aguardava em Palmeiras/ Barra Funda para adentrar a plataforma 4, onde, segundo relatos, um cargueiro passava naquele momento pela Luz e seguia sentido Barra Funda. Como o 7000 já aguardava há muito tempo na estação Água Branca, o centro de controle operacional  - CCO, liberou a partida deste último em velocidade restrita (VR = 25km/h no máximo e com parada obrigatória no próximo sinal vermelho)
Detalhe dos TUE's abalroados - palavra que gerou
confusão por difícil compreensão, mas, que melhor
definia o ocorrido - Fonte: G1
Porém, ao aproximar-se da estação, o série 7000 não obedeceu ao comando de parada imposto automaticamente pela sinalização embarcada do trem (cab signal) e os comandos do maquinista. O resultado: somente após uma freada de emergência, a qual não teve tanta interferência para realizar a parada total da composição antes de bater na cabine traseira do trem estacionado.

Essa é a hipótese mais próxima que explica o que houve naquela terça-feira, 12 de julho, 13h40 e que acabou por deixar 42 feridos. Nenhum gravemente, só alguns desses mereceram atenção especial por terem batido a cabeça e precisaram passar mais horas no hospital. Na madrugada daquele dia, 39 já haviam recebido alta hospitalar.

Qual a culpa pelo acidente

Enquanto o 1700 (trem azul, à esq. da foto),
somente tinha alguns amassados, a frente do
7000 está completamente destruída
Falha humana? Material rodante (trem)? Sinalização? O conjunto de tudo isso? Hipóteses diversas explicariam esse acidente. O que, dito acima, estaria mais próximo é uma falha do material rodante. E num dispositivo vital, diga-se de passagem. 

Os freios são o que há de mais importante num trem. Antes mesmo de ter um motor, se há rodeiros e uma base por onde carregar coisas/ levar pessoas, é necessário um modo de que possa parar este veículo sobre trilhos. Agora, imagine um trem que pesa mais de 360 toneladas (o carro motor com cabine pesa mais de 49 toneladas, reboque [carro central, sem cabine de condução e motor], 39 toneladas) e nenhum freio, mesmo em baixa velocidade, faz o estrago que fez nessa ocorrência. Ainda mais, sabendo-se que o trem tem detalhes feitos em fibra de vidro (a máscara frontal, onde ficam o pará-brisas, faróis e engate.
Detalhe frontal da máscara do 7000 totalmente destruída
Já no 1700, como todo o trem é feito em aço, não houve grandes danos a máscara frontal --somente os vidros dos pára-brisas racharam e alguns leves amassados na frente do trem--, mas, os maiores danos com certeza se localizam no CAF 7000.

Desde a destruição na máscara do trem, afundamento do piso e truques (entre os carros e trens unidades elétricas - TUE's) até possíveis trincas (ainda não avaliadas, porém com possibilidade de existir) nas barras de sustentação da carroceria do trem sobre os truques. O prejuízo no série 7000 só pode ter sido grande devido ser ele o trem em movimento, não que o modo construtivo do 1700 também não colabore para que o mesmo sofra menos com este tipo de impacto.

CAF: qualidade questionável ou pressa em colocar trens em circulação?

Relembrando que o trem que bateu é o Quebéc 02, segundo novo trem e de origem totalmente espanhola entregue para a linha 7 - Rubi. Porém, assim como seu "irmão", Q01 (da linha 12 - Safira), sofreu com um mal de 2010: a pressa política. O Q01 chegou em meados de fevereiro de 2010 e no final de março já foi entregue a operação. Menos de dois meses de testes, o que gerou diversas falhas e reclamações por parte dos usuários, desde falhas simples como ar condicionado desregulado até as bruscas frenagens realizadas pelo trem. Menos de três meses depois (e pouco menos de dois meses de chegar para testes), o Q02 entra em operação na linha 7. Nessa época, o Q01 operava já no horário de pico, o que, em termos, pode representar um perigo tanto ao trem quanto aos usuários em caso de falha do mesmo se houver eventual queda de energia e necessária evacuação do trem caso não seja possível o rápido restabelecimento do trem.

E do mesmo jeito, foi feito com todos os outros trens da série, utilizando o que foi considerado correto no software do Q01, copiá-lo e insertá-lo nos trens seguintes, diminuindo assim o intervalo dos testes e habilitando-os a entrar em operação pico mais rapidamente. Reflexos negativos não demoraram a aparecer: Quedas de rede aérea, um descarrilamento, uma batida (essa por erro humano) entre um série 2000 e um 7000 no Tatuapé durante manobras, outra batida, dessa vez, um série 1100 passou "raspando" durante uma manobra na Luz.
Tanto o trem do acidente no Tatuapé se encontra parado, onde peças dele foram retiradas para realizar manutenção em outros trens da série e o trem do acidente da Luz ainda aguardam manutenção definitiva. Mas, nesse último caso, é provável que só manutenção que a  própria terceirizada possa fazer.

Quebéc 02 sendo levado para o pátio da Lapa
para receber as futuras providências
A questão é também que, será que a CAF também primou, ao fazer essa série, um trem com qualidade e durabilidade comparáveis a trens que há mais de 40, 50 anos rodam por aqui com um coeficiente de falhas muito baixo --tudo bem que estamos falando de tecnologias diferentes, mas, colocamos no mérito de que a maior parte desses trens compõe a frota fixa de linhas e já passaram por modernizações diversas e por isso se mantém operativos-- e pensou também que esse trem ao menos duraria um determinado tempo, ou como a própria CPTM determina internamente, 250 mil km rodados até sua parada para uma revisão geral? Ou ela fez pensando no trem com a durabilidade de um ônibus, se a manutenção for ótima, 15 anos, bem feita, 10 anos, péssima (adendo pessoal: para não citar a manutenção de uma empresa do consórcio Unileste) 5 anos e se continuar desse jeito, nem um ano --mais do que provado: os dois primeiros não completaram um ano em operação-- todos os trens da série completarão se houver omissão da operação, que promete informatizar e transferir a operação do CCO da Luz para o unificado do Brás desde o começo de 2010, onde algumas coisas poderiam ser facilitadas (como, no caso, a operação das vias do Expresso Leste com a linha 7 que hoje, devido à obras locais encontra-se numa situação frágil e desconfortável).

Há uma sindicância interna para apurar por quais motivos houve esse acidente. Com isso, hoje, dos já entregues pela CAF, 40 trens da série 7000, 37 estão aptos a circular. E para o 7500, um procedimento diferente já foi adotado: desde que as primeiras unidades chegaram, no final de março/ começo de abril, permanecem em testes e sem previsão de início de circulação na linha 9 - Esmeralda. E serão longos e exaustivos os testes, para que, talvez, evite repetições de falhas ocorridas nos 7000.

Tenham uma boa semana!

*Com imagens de Ricardo Guimarães, Denis Castro e Comunidade "Amigos da CPTM" no Orkut. A postagem aqui também corrige a "cabeçada" dada na nota do dia 12/07, onde afirmava que eram dois 7000 e um deles seguia pra Francisco Morato.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Nos Trilhos da Balada #3: 7º Festival CPTM "Rock nos Trilhos"



Evento que começa na próxima terça-feira (12) comemora o Dia Mundial do Rock com shows de bandas formadas por ferroviários e funcionários de uma emissora de TV até uma banda de garagem que toca o autêntico folk rock


Boas noites, Baladeiros!


Fonte: AllPosters.pt
Em 13 de julho de 1985, Bob Geldof amplia uma iniciativa realizada em 1984 para combater a fome da Etiópia. Com a reunião de diversas bandas e músicos em shows simultâneos ocorrendo em Londres e Filadélfia, tal atitude fez abrir os olhos do mundo para importância de combater a fome na África. Desafiando poderosos como a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher a rever conceitos sobre meios para erradicar a pobreza extrema e a fome, estava ali criado oficialmente o "Dia Mundial do Rock".
Desde então, todo ano bandas comemoram, fazem shows, enfim, seguem o protocolo. A CPTM não é diferente e, desde 2004, no Espaço Cultural CPTM localizado na estação Brás organiza três dias dedicados a comemorar esta data tão especial aos adoradores do bom e velho Rock'n'Roll. Entre os dias 12 e 14 de julho, 6 bandas dividirão o palco que será montado próximo às plataformas da linha 12 - Safira.


A história do "Rock nos Trilhos"


A ideia do festival surgiu em 2004, numa ação de marketing em comemoração aos 50 anos do estilo musical que revolucionou a música mundial. Muitos convidados, alguns ilustres como o Bacalhau, baterista do Ultraje a Rigor e a banda 365, uma das grandes referências no punk rock paulista fizeram parte do festival, que já reuniu mais de 80 bandas desde seu início. Em 2006, houve a 1º. UITP - Youth Project Award, prêmio concedido pela Associação Internacional de Transporte Público às melhores ações para o público jovem criadas por operadoras de transporte do mundo do qual o festival concorreu e o ano que toda quinta-feira haviam duas bandas marcando presença no Espaço Cultural da CPTM de julho até o final daquele ano.


As bandas do Festival


Dia 12 - Edu Dias e o Luxuosos - Blues Rock e The Doorments Railroad Rock Band - Pop Rock


Hélio Pisca (participação especial),Leandro Delpechi, Jota
R Bocão e Ryu (fonte: MySpace/edudiaseosluxuosos)
Misturando blues, rock dos anos 70, jovem guarda (onde os nomes principais são Erasmo e Roberto Carlos) Edu Dias iniciou trabalhos na música em 1997 e fundou a "Shower Blues Band". Participou de grandes eventos, como o show dos 450 anos de São Paulo e outros promovidos pela secretaria municipal de cultura de São Paulo. Em 2004, junto a outros grandes nomes do Blues nacional, apresentou-se no "Blues no Sesc Belenzinho", festival o qual teve grande recepção do público presente. Sobe ao palco às 18h.
Com o The Doorments Railroad Rock Band, o som é diferente: formado por ferroviários da companhia, reúne "a prata da casa" pra fazer o bom e velho rock'n'roll. Fundada no ano 2000, com a ideia principal de tocar nas confraternizações de funcionários da companhia. A banda que iniciou como uma brincadeira entre todos os funcionários da oficina de Presidente Altino para fazer um som no ano 2000, passando 5 horas seguidas tocando, errando e rindo - porque a graça do erro é o riso - o The Doorments cresceu e se formatou banda em 2001.
The Doorments tocando numa das edições do
"Rock nos Trilhos"
Daí em diante, todo ano era aguardada nas festas de confraternização junto as outras bandas e grupos musicais formados por ferroviários para tocar na confraternização de final de ano.
Em 2003, o primeiro salto um pouco distante do local comum da CPTM foi o Clube Nacional, onde foi realizada a festa de confraternização dos funcionários naquele ano. Em 2004, o primeiro passo longe das oficinas: o The Doorments finalmente "recebe autorização do CCO" e parte para o primeiro show fora dos arredores da companhia. Desde o início do "Rock nos Trilhos" é presença constante e agrada ao público que toca. Fecha a noite, à partir das 19h30.


Dia Mundial do Rock -  Balls - Classic Rock e TeleRock's - 60, 70 e 80's Rock


TeleRock's em sua atual formação
O Balls surgiu em 2011 por músicos amigos, o quinteto uniu toda a experiência de seus integrantes em músicas que divertem e mostram muita disposição para manter viva a chama do bom e velho rock and roll sem preocupações e frescuras. Como principais influências estão Kiss, Aerosmith, AC/DC, Rolling Stones, Led Zeppelin, Deep Purple, Lynyrd Skynyrd, entre outros. Sobem ao palco às 18h.
Também teremos nesse dia, às 19h, Telerocks. O que é o Telerocks afinal? Pense em profissionais de TV que decidiram se unir pra fazer "o bom e velho Rock'n'Roll"? Clássicos dos anos 60, 70 e 80 e desses mesmos anos até músicas que você sequer ouviu o título ou sabe o artista, mas, já cantarolou por aí com toda certeza. Esse é o tipo de som e o que é o Telerocks. Encerram a noite.

Dia 14 -  Bico do Corvo - Agro Rock e Bangs - Folk Rock

Banda "Bico do Corvo" que abre último dia de
"Rock nos Trilhos"
O Bico do Corvo nasceu em Mogi das Cruzes, quando três amigos e companheiros de longa data na música resolveram se juntar em um projeto que unisse seus interesses musicais de forma descompromissada. A ideia principal do grupo é unir a base roqueira de seus integrantes a elementos musicais brasileiros, populares e regionais, mantendo a ideia do pop. As influências vão de Almir Sater e Milton Nascimento a Dave Matthews e Herbie Hancock. Sobe ao palco às 18h.
Bangs veio de "east" (leste) de São Paulo, mas, faz um bom som do "wild west" (velho oeste). Folk de Garagem também é como se definem os rapazes vindos de Mogi das Cruzes e que fazem seu som na capital cinzenta. O Folk de Garagem que assim se definem se deve pela mistura do folk dos anos 70 com o rock de garagem dos anos 90, criando algo único. Aprecie, eles fecham o Rock nos Trilhos, à partir das 19h.

NOTA GERAL: 9,7

Boa diversão, baladeiros!

domingo, 10 de julho de 2011

Coisas que TAMBÉM poderiam viajar de trem

*Do Vida Sobre Trilhos


Detalhe da super carreta na Av. Washington Luís.
Fonte: agência Vip News
Hoje os técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Transito) retiraram o transformador de cerca de 200 toneladas que bloqueou a Avenida Washington Luís, em São Paulo. O problema ocorreu porque o motorista da super carreta que transportava esse transformador perdeu o controle e só parou ao atingir um muro. Como a carga é superdimensionada foi necessário uso de equipamentos de igual porte para sua remoção.
Não é de hoje que ouvimos e lemos que super carretas atravessam São Paulo com cargas variadas de peso e dimensões gigantes nem que algumas delas causam problemas de igual tamanho ao trânsito por motivos diversos. Tais veículos viajam em baixa velocidade e são de manobra difícil e se sofrem algum problema podem causar gigantes transtornos ao transito das cidades.

Vagão plataforma rebaixado da SOROCABANA transportando peça de grande
altura.Foto: Sullivan Duarte/Divulgação Fepasa - Ferrovias Paulistas
O que muito não se lembram ou mesmo desconhecem é que em um passado não tão distante tais cargas seguiriam por via férrea não causando transtornos ao transito das cidades.
O transporte por trilhos seria feito pelos chamados vagões especiais são projetados para transportar cargas de dimensões elevadas ou de conteúdo especial. Esses vagões, assim como essas super carretas, possuem mais eixos que vagões comuns para suporta e distribuir o maior peso da carga e sistemas de articulação para poderem executar as curvas.


Vagão especial Usiminas 01 de bitola métrica (1 metro). 
Originalmente publicado no site VFCO.
Infelizmente tal pratica deixou de ser realizada por uma série de motivos como a falta de investimentos sérios no transporte ferroviário que elevou os custos de manutenção da ferrovia baixando sua produtividade. Com isso os fretes ferroviários aumentaram e as ferrovias passaram quase que exclusivamente a transportar cargas de menor valor agregado e maior rentabilidade como minérios e produção agrícola.
Após a privatização das ferrovias no fim dos anos 90 a situação começou a se inverter, mas praticamente não existe transporte de tais equipamentos por meio da ferrovia no nosso país enquanto que outros países se transportam tais equipamentos como transformadores, turbinas, dutos e afins.
Vagão para 300 toneladas de bitola larga (1,60 metros),
fabricado em 1971. Arquivo de Cezar Hipólito
Existem diversos motivos para isso, dentre eles interesse das operadoras, outros são técnicos e econômicos, mas principalmente falta de uma estrutura ferroviária capaz disso.
Apontamos aqui alguns motivos:

  • Gabarito da estrada incompatível com tais cargas (altura e largura em excesso que impossibilitam transitar por túneis, trechos eletrificados ou plataformas de estações);
  • Peso por eixo elevado que a via (que muitas das ferrovias) não suportaria, bem como pontes antigas.Inexistência de segregação dos trens de carga da malha de trens metropolitanos (pois a velocidade menor atrapalharia o mesmo);
  • Falta de segurança, pichadores e demais vândalos poderiam danificar a carga de alto valor agregado.
Se nossas ferrovias fossem um pouco mais evoluídas (apesar da modernização recente) talvez dependêssemos menos de usar carretas gigantes que atravancam o transito e teríamos menos transtornos no caótico transito das cidades brasileiras.
Fica essa imagem de uma ferrovia norte americana (BNSF) transportando a fuselagem de um avião da Boeing. Talvez, transformadores e outras cargas vultuosas pudessem estar nos trilhos aqui também e não somente nas rodovias.

*Luis Fernando da Silva é Técnico em Sistemas Eletroeletrônicos de Transporte sobre Trilhos, pesquisador do tema e assina esse texto.

domingo, 3 de julho de 2011

De assalto, histórias e baladas: O Vida Sobre Trilhos completa dois anos

Diversificando conteúdos e expandindo para outras redes sociais, o Vida Sobre Trilhos ultrapassa o segundo ano, sempre com opinião firme e discutindo o transporte sobre trilhos


Do Vida Sobre Trilhos


Bons dias senhores Usuários!


Antes de iniciar esse texto dei uma leve repassada pelo ano mais significativo de postagens desse blog -- 2010 -- e vi o quanto mudou o perfil do blog. Passei do informativo, porém, nada jornalístico para o puro opinativo, até estabelecer padrões para o opinativo e o noticioso, onde até dentro do noticioso, principalmente quando a fonte principal não sou eu mesmo, destinaria um espaço a minha opinião, independente do texto informativo.
Da esq. pra direita: O blogueiro que vos fala, William Molina,
Binho, na época pres. da CPTM, Sérgio Avelleda, Felipe Na-
-vas e conhecendo pessoalmente, Diego Silva, do "CPTM/
Metrô em Foco", em março/10
Com o twitter, a expansão de informações não ficava restrita ao conteúdo gerado no blog, mas, também de outros blogs, empresas ferroviárias que haviam entrado de vez nas redes sociais (no final de 2009, o então presidente da CPTM, Sérgio Avelleda ensaiava mandar informações sobre a CPTM via Twitter). O ano de 2010 também foi o ano de início do total apoio das assessorias de imprensa aos blogs. Sempre que necessário fizesse, agendamentos prévios poderiam ser feitos para extrair pautas mais curiosas das operadoras e até conferir mais de perto os fatos divulgados pela imprensa a partir da fonte.
Primeiro fato visto de perto: o assalto
ao salão de cabeleireiros com tenta-
-tiva de fuga pelos trilhos - Março/10


Já nesse ano, houve o 'boom' do Facebook: com a facilidade de agregar informações por meio do mural e as "fan-pages" serem o foco das empresas (assim como vocês sabem, desde o final de março, o Vida Sobre Trilhos tem sua própria fan-page), a divulgação por meio de notas, fotos e tweets poderia ser centralizada num único lugar. Também completa nesse dia 2 de Julho, um ano de existência, repassando links interessantes, comentando em poucas palavras, integrando o blog e sendo a segunda maior ferramenta do blog.


Comunidades e fóruns


"Pintura" de Raphael Comitre, moderador da "CPTM - Você
Também Anda!" e membro da "Sociedade Amigos da CPTM"
Há de se reconhecer que as comunidades segmentadas e fóruns de discussão tiveram participação importante no blog. Como referencial, como local agregador de informações factuais ditas por usuários dos sistemas e alguns dados técnicos. Foram sempre de grande valia em horas de consulta, de dúvidas, de discussões e até pautas. Dentre esses, os destaques estão nos fóruns TGVBR, um dos mais antigos sobre o tema, englobando sistemas ferroviários do país; SkyscraperCity que é um sistema de fóruns e tem uma segmentação brasileira sobre transporte ferroviário ao menos desde 2006; e as comunidades do Orkut "CPTM - Você Também Anda!", "Metrô - Você Também Anda!" e a mais recente, a "Sociedade Amigos da CPTM", todas com foco  nos sistemas paulistas de transporte ferroviário de passageiros.
Cada uma com suas particularidades, membros (alguns deles, comuns a todas), mas, todas falando sobre o mesmo assunto que este blog prioriza: transporte público de passageiros em grandes metrópoles.


Blogs amigos


Nova "reunião" dos bródi: dessa vez na cobertura dos
dois dias da feira "Negócio nos Trilhos '10"
Durante 2010 surgiram blogs e alguns foram descobertos como blogs amigos. Diego Silva é um exemplo. Surgiu com a proposta da fotografia ferroviária, com o tempo, ampliou os horizontes. Adotou a política do usuário avançado, com conhecimentos e decidiu, em suas novas estruturas, explicar a operação, opinar e noticiar fatos da ferrovia em dois novos blogs: o "CPTM em Foco" e o "Metrô em Foco". Segue linha semelhante, mas, muito mais voltada a um "hard news", Ricardo Guimarães e seu "Diário da CPTM". No caso de Ricardo, parte de suas postagens são reproduções de notas e notícias de portais, já que Ricardo não trabalha com jornalismo e faz isso por gostar de ferrovia. Não exatamente ferroviário, mas, com uma descendência de quem gosta da ferrovia --no caso, o pai, Ralph Menucci Giesbrecht, que criou do maior ponto de referência para se conhecer ferrovias, o Estações Ferroviárias--, Alexandre Giesbrecht costumeiramente escreve em seu Pseudopapel diversas reflexões sobre a ferrovia paulista, o Metrô de São Paulo, o descaso com o modal e o que alguns locais representam para a história onde ela passa.


Por onde andei


Trem Alstom Série 2070 (Cofesbra II) em Júlio Prestes
No útlimo ano, circular pelas linhas foi mais do que necessário e com maior frequência. Já faz um tempo que não sou usuário diário do sistema, me configuro como usuário esporádico (utilizando a ferrovia como uma segunda opção), mesmo sabendo que, em determinados casos, meus deslocamentos podem ser feitos com maior agilidade usando o trem. Por isso, para "sentir" --porque é péssimo falar à distância, especular sem conhecimento de causas e situações-- toda nova mudança que ocorre é necessária uma inserção pela linha.
Desde uma simples volta por um pequeno trecho pra ver como se comporta um novo trem (ou, ultimamente como ocorre na linha 8 - Diamante, realocação), até novas estações, estações em obras, obras nas vias e como o usuário sente isso (vide nota gerada sobre o impacto com a expansão até às 21h na linha 4 - Amarela operada pela ViaQuatro, ou, como diz Rebecca Raia, 20h58, hora que partiu da estação Paulista o último trem sentido Butantã).
Literalmente, histórias foram contadas por chefes de estação que saíram de suas  cidade-natais pra realizar o sonho de se tornar ferroviário ("causo" não contado aqui, mas, visto e ouvido por mim do chefe da estação Tamanduateí, Mauro Donizete), alguns viram as diversas estatais passarem: Rede Ferroviária, a CBTU - Superintendência de Transportes Urbanos 4 (STU-4/SP), a fusão da Ferrovia Paulista S.A. - Fepasa com essa última e tornar-se CPTM e ver o último trem que liga Rio de Janeiro a São Paulo --o antigo Santa Cruz, então financiado em parceira com a iniciativa privada --, o "Trem de Prata" partir até sua última viagem com destino final a estação Central do Brasil.
Outros, literalmente, cresceram acompanhando a CPTM e as operadoras de carga e podem guardar não só na memória, mas, em milhares de registros fotográficos. Assim é Denis Castro, também denominado "Paparazzi Ferroviário" por seus conhecidos. Desde 1993 vem fotografando trechos da CPTM, estações, trens. Mas, nada é moleza: até 2009, a CPTM tinha um artigo em seu regulamento informando a proibição da fotografia amadora e profissional dentro das dependências e alguns arredores da companhia, Logo, por diversas vezes, duras de seguranças, broncas e quase perder equipamento por este motivo já teve.
Além destes que visitei, tantos outros que não pude visitar, deixei de visitar temporariamente e outros mais que visitarei em breve.


E é isso, caros amigos (leitores e usuários dos sistemas de trens que acompanham este blog e redes sociais próximas e com mesma nomenclatura), tudo o que é feito aqui sempre visa a vocês de modo que possamos nos comunicar, sugerir, tirar dúvidas, contar "causos", indicar locais pra nos divertimos próximos a ferrovia, apontar erros, falhas, denunciar e informar. É pra isso que criei este blog há dois anos. É pra isso que essa ferramenta e suas redes sociais servirão.


Parabéns a vocês também, amigos! Tenham uma ótima semana! 
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