terça-feira, 13 de setembro de 2011

Evento promove encontro entre “trenzinhos e trenzões”

15º Encontro de Ferreomodelismo realizado na cidade de São Carlos atraiu turistas de todo o Brasil; além das miniaturas, os trens que lá circulam foram atrações


Do Vida Sobre Trilhos


Bons dias, senhores usuários!
Pequena maquete reproduz cidade do interior

No último dia 20 de agosto, São Carlos, à 250 quilômetros da capital foi palco de um dos maiores eventos de ferreomodelismo, a arte de reproduzir trens em escala real. Tal arte iniciou com importações por parte de joalheiros paulistanos e, desde 1967 as Indústrias Reunidas Frateschi dedica-se inteiramente a fabricação de modelos nacionais de trens que circulam pelas ferrovias nacionais e internacionais.
O evento reuniu cerca de 4.000 pessoas, segundo estimativas da organização do Encontro: ”Este foi o 4º Encontro Frateschi realizado em São Carlos e tivemos lá cerca de 3000 a 4000 pessoas. Dentro do previsto, como nos demais”, conta 
o próprio Celso Frateschi, segunda geração do comando da empresa e quem trouxe à tona a dedicação de transformar a Frateschi em fabricante exclusiva de modelos ferroviários.
AC44i da General Eletric: tanto em escala, quanto em
tamanho real em São Carlos
Além do público local e do estado de São Paulo, segundo Frasteschi, estiveram presentes ferreomodelistas de vários estados como Curitiba, Porto Alegre, Brasilia, Ponta Grossa, Blumenau, Joinville, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Uberaba, entre outros. Participaram, com modelos construídos artesanalmente de um concurso para avaliar os melhores modelos definidos em classes, como locomotivas, vagões de cargas por tipo como o hopper -para transporte de grãos e açúcar-, prancha para transporte de conteineres, cegonheira etc., carros de passageiros, carros-correio (transporte de correspondências), Trens-Unidades Elétricas e Diesel -TUE's e TUD's, respectivamente- e “Litorina”, veículo automotriz dotado somente um carro com motor à diesel ou elétrico, com capacidade média de até 50 passageiros de luxo.

O modelismo ferroviário

Área industrial: a perfeição nos mínimos detalhes
da maquete de Curitiba - PR
Para incentivar os presentes a produzir seus próprios modelos, vários trens e locomotivas além dos que estavam competindo foram expostos. Desde modelos de fabricação própria da Frateschi com poucas modificações (como a simulação de manchas de óleo, poeira e lama), até os casos onde junto as maquetes, as composições beiravam o realismo. Para citar um exemplo, um ferreomodelista reproduziu uma zona industrial por completo, onde até mesmo as chaminés soltavam fumaça.

Durante todo o evento, houve sorteios de brindes, dentre eles, quatro caixas básicas, contendo trilhos, fonte de energia, locomotiva , carros de passageiros e vagões de carga. Celso Frateschi afirma que “um dos objetivos do Encontro é motivar as crianças para que ingressem no ferreomodelismo”.

Além das maquetes que reproduzem o extremo realismo, haviam outras que possuem controle eletrônico de movimentação dos trens, da aceleração dos trens quando carregados e a reprodução dos sons dos trens, feito por meio de captação do trem em operação e, em casos específicos, a própria fabricante fornecendo os sons originais das composições. E no evento, também foi comemorado os 30 anos de serviço dos carros da fabricante Budd (montados e projetados aqui pela extinta Materiais Ferroviários Sociedade Anônima – Mafersa) na Rede Ferroviária Federal S. A – RFFSA
. As linhas e ramais da RFFSA que operaram com esse carro foram lembradas com a venda de um carro-correio com a logomarca do evento e a simbologia dos 30 anos. 


Agora, dos trens que a Frateschi produz, os mais vendidos são as caixas básicas do Cargueiro Fepasa e Cargueiro RFFSA. “Sem números, as caixas básicas mais populares continuam sendo a 6511 e 6512”, conta Frateschi. “Ao longo de seus 44 anos, a Frateschi nunca deixou de lançar novos produtos e aprimorar os existentes”.


Os “trenzões” de São Carlos

A AC44i em tamanho real
Enquanto as maquetes, sorteios, conversas entre entusiastas e vendas da loja Frateschi presente no evento ocorriam a todo vapor, a via férrea de São Carlos não parava. A estação tinha uma peculiaridade, um pátio e uma linha para cruzamento, logo, era um local estratégico logisticamente para a operadora local, segundo justificou Celso Frateschi as paradas das locomotivas na estação: “Isso não é nem uma coincidência, e nem uma propaganda, mas um dos motivos pelos quais escolhemos São Carlos para realizar os Encontros. É que os trens da ALL cruzam em São Carlos, o que os faz ficar parados aguardando tempo para seguir adiante”.
Tanto que, as locomotivas da logística de grãos e açúcar da América Latina Logística - ALL, a Rumo, dentre esses trens eram as grandes atrações. As cores vivas -azul e suas variações- chamavam a atenção do público presente. Os vagões hopper, projetados especialmente para transportar as cargas da Rumo também seguiam as cores da empresa, além dos vermelhos da própria ALL e os verdes oriundos da Ferronorte/ Brasil Ferrovias.
Após esse evento, Frateschi já anunciou os próximos eventos, dois já realizados e mais um a ser realizado em outubro: “Nos próximos dias 02 e 03/09 teremos o encontro de Bebedouro e depois, em outubro, o de Bauru”.


Tenham uma boa semana!

domingo, 11 de setembro de 2011

Causo Turístico - "Causo" Ferroviário

Bons dias, senhores Usuários!


Este "causo" nem parece um causo de verdade, mas, é bem interessante. Essa é uma história que gerou um dos serviços sobre trilhos mais utilizados e procurados em São Paulo. Retrato contado por Anderson Conte, membro da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária - ABPF regional São Paulo e comunidade "Sociedade Amigos da CPTM".
Se você tem um causo, mande pra cá via e-mail, o vstrilhos.blog@gmail.com, nota com citação à fan-page do Facebook ou pergunte também via twitter, o @vstrilhos.


Curta o "causo":


Passageiros chegando da cidade de Jundiaí e região de
Campinas para conferir as atrações do Memorial
"Em meados de 2003 / 2004, por um curto periodo, cerca de 5 ou 6 meses, uma agência de turismo fretava um trem Caf série 2100, que opera na atualmente na linha 10 - Turquesa junto a CPTM, para fazer o "Trem das Frutas" (turístico), todo terceiro domingo de cada mês. Ele partia com passageiros da estação Barra Funda às 8h pra Jundiaí e deixava os turistas o dia todo por lá no circuito das frutas.
Enquanto isso, lá em Jundiaí às 10h, passageiros daquela cidade e região de Campínas vinham no 2100 pra São Paulo pra visitar o Memorial do Imigrante (antiga Hospedaria de Imigrantes) na Mooca.
Nós, da ABPF/SP, recepcionávamos os passageiros deste trem na plataforma externa do Memorial do Imigrante, que comportava apenas dois carros do 2100:
"Era feito o embarque/ desembarque por etapas, alinhando os carros de 2 em 2 na pequena plataforma."
Logo em seguida ao desembarque, o encontro com a
locomotiva da regional São Paulo instalada no Memorial
Os turistas visitavam o Museu e faziam os passeios do Trem Cultural dos Imigrantes - Maria Fumaça. E por volta das 16h embarcavam no 2100 de volta pra Jundiaí.

Quando o 2100 chegava lá em Jundiaí, já estava o pessoal que foi de São Paulo pela manhã, aguardando embarque e voltar pra Barra Funda - SP.
Ou seja: os 2100 nada mais foram naquela época, o que hoje opera como Expresso Turístico, utilizando dois carros de longo percurso do acervo da ABPF, que no passado pertenceram a Estrada de Ferro Araraquara - EFA  e, posteriormente, a Ferrovia Paulia S.A. - Fepasa."
Tenham uma boa semana!

*Todas as fotos foram cedidas pelo Anderson.
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