quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Trem Cobrasma perde sinal de portas e causa "Efeito Dominó na Linha 3 do Metrô de São Paulo

Operador de Trem sai para verificar o problema, usuário se assusta e aciona irresponsavelmente dispositivo "botão-soco" e inicia desembarque dentro do túnel da Sé


*Do Vida Sobre Trilhos


Bons Dias Senhores Usuários!


"Hoje as 7h35 aproximadamente a composição 309 que estava a leste de PSE1 perdeu sinalização de portas, o OT atendendo a solicitação do CCO foi verificar o problema, no momento que ele verificava um usuário no mesmo trem atuou o botão soco do lado oposto a plataforma de emergência, o trem que passava ao lado na hora avisou o CCO que desenergizou a via imediatamente para garantir a integridade de alguém que viesse a descer na via(...)". 
Com essa frase, um  Operador de Trem (OT) descreve bem o que o ocorreu na manhã desta terça (21). Devido a linha 3 ser uma das linhas com a maior taxa de ocupação do m² (11 pessoas/m²), o desespero se auto-justificaria. Porém, o usuário também se desesperou a toa.
Divulgação/Portal G1
Hoje, um usuário, ao acionar um botão onde o Metrô de São Paulo põe inteiramente a responsabilidade e, principalmente, a confiança de seu acionamento no usuário. Este deve usá-lo em caso de extrema emergência, como usuário casos de mal-súbito (nome genérico para identificar qualquer problema relacionado a hipoglicemia, diabetes, problemas respiratórios, intoxicações alcoólicas que possam a vir causar problemas a outros usuários dentro do carro de passageiros). E, ainda, não é o mais recomendado, pois o Metrô paulistano é projetado para ter curta distância entre suas estações, tanto hoje que, uma de suas imagens mais impactantes, a dos usuários atravessando o elevado entre as estações Pedro II e Brás é uma distância de 1.200mts, muito pouco se avaliar outros trechos se compararmos as distâncias que a CPTM percorre.
Devido a um usuário abrir a composição, a que vinha em sentido oposto logo entrou em contato o mais rápido que pode com o centro de controle operacional (CCO) pedindo para desenergizar a via, pois catástrofe poderia ser maior, já que o Metrô usa de corrente contínua e terceiro trilho na energização de seus trens e se alguém caísse na via não seria um choque e um "voo" para longe, a pessoa ficaria presa ao trilho até que não tivesse como conduzir eletricidade por seu corpo. E como "dominó empilhado, todas as pedras foram sendo derrubadas gradativamente". CPTM, SPTrans e a Radial Leste sofreram com as consequências da falta do Metrô durante este dia.
O diretor de operações do Metrô, Conrado Grava de Souza esteve durante a manhã acompanhando a situação e ao vivo anunciou a rádio CBN às 10h14 que o primeiro trem havia voltado a circular. Situação totalmente normalizada às 12h. Os trabalhos para verificar vidros quebrados devido algumas janelas não serem de emergência, vidros de trens que possuem ar condicionado e acabaram "pagando o pato", vidros de portas que foram vandalizados sem aparente motivo foram iniciados e concluídos até início da noite. O pico de amanhã estará garantido com toda a frota própria, hoje, o pico da tarde precisou receber trens da linha 2 -Alstom Milênio- para permanecer operando com alguma normalidade.
Durante inauguração da nova estação Tamanduateí Metrô/ CPTM, Alberto Goldmann disse que abrirá sindicância para apurar se a blusa que ficou presa na porta foi realmente por mero acaso ou havia algum propósito, afirmação essa que fez Soninha Francine ser bombardeada no Twitter, afirmando que houve um ato de sabotagem visando prejudicar a capanha de José Serra a presidência. E as prerrogativas clássicas, de que no estado de São Paulo, o candidato tucano seria o vencedor já no primeiro turno e esse seria um processo oposicional para diminuir o PSDB como partido e o Metrô como sua marca na capital.


Tenham uma boa semana!
*Com informações da comunidade Orkut "Metrô - Você Também Anda!"

4 comentários:

Fred disse...

Ítalo,

Muito disso só mostra o que digo aos meus familiares e colegas de trabalho: Não há um procedimento para situações de emergêcia em todas as esferas.

O que mais me incomoda é você contar que foi um pedido do CCO o condutor descer do trem (entre estações) para a verificação do problema. Isso talvez fosse muito bom para aproveitar a famosa "paradinha" entre Pedro II e a Sé, contudo foi errôneo. O CCO deveria, aproveitando a curta distância entre as estações, pedir a diminuição da velocidade da composição e avisar funcionarios de plataforma na próxima estação (no caso a Sé) para a verificação do problema e, se fosse o caso, recolhimento da composição. Se houvesse isso o passageiro não teria acionado o sistema de emergência.

Outro problema. Não sou um usuário muito comum do Metrô (deve ser por não ser muito útil para mim, já que moro em Pirituba e os ônibus e a CPTM servem o bairro - não tão bem quanto deveria), mas eu já estive umas três vezes em carros do metrô que trafegaram com porta abertas (em uma delas, umas 15h, o trem foi da Santa Cruz até a Sé com as portas abertas e um funcionário só isolou a porta na estação São Joaquim.).

Não há setas indicando rotas de evacuação nas estações. Você pode argumentar "No Brasil não há terremotos ou tragédias", mas estamos em vias de receber uma Copa e São Paulo já recebe grandes eventos de todo tipo, se acontecer alguma situação cujo alguma estação tenha que ser evacuada, a massa de feridos será enorme!

E não digo isso do metrô, somente. Não há uma treinamento e planejamento para situações de emergências num modo geral! No final de semana passei em frente da escola que cursei o 1º Grau e ela está irreconhecível! Parece uma penitenciária com grades altas e arame farpado. Uma das saídas fechadas por um muro. Só que é uma escola com 2000 crianças. Se acontece uma situação de emergência serão 2000 feridos, na melhor das hipóteses!

A cada dia penso mais sobre o despreparo de algumas pessoas em gerir algumas ocorrências que parecem banais.

No Chile, quando o trem para no meio do túnel, o condutor já avisa o motivo e pede paciência aos usuários (O motivo nem pode ser realmente aquele, mas dá-se uma desculpa!). Aqui somos agraciados com o silêncio do funcionário.

Abraço,

Fred.

Fred disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Italo disse...

Pois é Fred. Hoje circulei por duas linhas, uma que tinha estagnado e cresceu e outra que, se o governo não fiscalizar, será como essa que cresceu.
Linha 2, por anos começava na estação Ana Rosa e seguia até Vl. Madalena. Linha chique, porém, longos intervalos até pra um Metrô. E hoje, veja só, chega na Vl. Prudente, mas, depois de anos de estagnação. A linha 4, há mais de 20 anos planejada, não com o driverless tão malfadado pelo sindicato (que paga a boca quando você circula e vê que, apesar do OT não estar dentro do trem, há sempre 2 ou mais funcionários).Essa, segundo o mapa, promete 4 estações até o final deste ano.
São linhas bonitas, estações bem planejadas, acessíveis,organizadas, esteticamente bem planejadas também. Entre uma das coisas que citou, na linha 2 pude ver o indicador luminoso indicando para qual direção o usuário em uma situação de emergência deverá se dirigir em segurança. Não que o túnel da Sé, trecho curto até relativamente falando da D. PedroII até a estação, há iluminação em todo o local do túnel, mas,o que há mesmo é a falta de um treinamento entre população e o Metrô/CPTM, acho eu que nunca ouvi relatos de instrução por parte de ambas companhias para um treinamento deste porte.
UMA SIMULAÇÃO!
Sim, pegar usuários no horário de vale como "cobaias" mas com alguém que saiba se portar bem nesse tipo de situação a paisana e verificar como se comportam e a seguir explicar a situação. Como você diz, receberemos uma copa e uma olimpíada, temos a maior e temos de tudo pra ter a melhor rede de transporte sobre trilhos, então, isso é necessário. É um conhecimento que precisa ser passado a frente.
Tanto dentro dos trens como nas conversas entre usuários, escolas, roda de amigos, enfim, na vida de quem usa como passageiro ou do dia-a-dia.

Fred disse...

Boa idéia da simulação no horário de vale!

Acredito que junto a isso a expansão do sistema de corredores de ônibus e integração da gestão dos transportes na RMSP seria uma boa para organizar as ações numa situação de emergência.

Lí um artigo interessante, outro dia, sobre a expansão do metropolitano preferencialmente nas direções dos bairros com mais alta renda ou bairros onde há projetos de operações urbanas (visados pelas construtoras e incorporadoras), enfim, espero que isso mude.

Realmente há um grande trabalho para ser feito até a Copa e Olimpíadas, pode-se tomar como teste outros grandes eventos que ocorrem na cidade.

O problema da linha 4 é esta ser uma operação privada, não sei o quanto os treinamentos ou gestão estarão integradas com a Cia do Metropolitano.

Vejamos como isso ficará nos próximos meses.

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