domingo, 25 de outubro de 2009

O Expresso Leste

*Do Vida Sobre Trilhos

Bons dias Senhores Usuários! 
Muito foi dito sobre esse modelo de trem na região: conforto maior, ar condicionado, padrão de 8 vagões, poltronas acolchoadas e espaço para portadores de deficiência física. Os políticos defendem a vinda até Mogi desse trem para cá, mas, verificamos alguns fatos interessantes: Em 1998, durante a gestão do falecido governador Mário Covas (figura política a qual tenho muito respeito), “ganhou” praticamente uma frota inteira da Espanha de trens da série 400(conhecidos aqui na CPTM como série 2100), trens que costumavam fazer viagens intermunicipais de média distância. Os trens vieram de brinde, a reforma foi custeada pelo governo de São  Paulo e tivemos a primeira frota com o que vemos hoje como “metrô de superfície”(metrô de superfície = trem com conforto e agilidade semelhante a do metrô, ar condicionado e pronto para acessibilidade de portadores de deficiência, que é o padrão que a CPTM pretende adotar em todas as suas linhas);
  • DE INÍCIO (entenda o porquê de estar em maiúsculo), esses trens viriam a servir a atual Linha 11 (antiga Linha Leste-Tronco, depois Linha E). A população a-do-rou a novidade, mas, como nada nesse mundo é perfeito, apesar de ser um trem recém-reformado, ele assim como os “velhinhos” que por cá circulavam sofreu com panes. Conclusão: a paciência começava a diminuir e aí, os trens é que sofreram;
Alguns dos principais problemas são o que faz com que os “velhinhos”, em tese permaneçam circulando: a ventilação. As janelas começavam a ser o alvo (e por motivos óbvios) da depredação da população. As panes sofridas pelos 2100 desligavam todo o sistema de ar condicionado e as luzes do salão de passageiros;  
  • SOLUÇÃO: Encaminhar a frota pra uma ou duas linhas que lhe respeitem ou que, onde a fúria/desespero/pânico da população não os faça sofrer;  
Revisados, as Linhas 9 e 10 (braço sul da FEPASA de Osasco a Varginha, hoje reduzida até o Grajaú e o braço litorâneo da Santos a Jundiaí, anteriormente indo até Paranapiacaba, reduzida até Rio Grande da Serra), foram entregues em composições de 3 e 6 vagões (9 e 10, respectivamente). Lá, dados apontam que os trens são respeitados e muito bem utilizados pelos usuários locais( tudo bem, caro @mauaense, eu sei que não é bem assim, mas, é nessa hora que você entra e defenda seu ponto de vista e de todo o povo daí da região do ABC), que, como define a própria CPTM, são usuários mais conscientes e, diríamos provocadamente, em outro nível.
  • Depois desse desfecho de 1998, vieram as mudanças na linha 11: redução no número de estações, um novo traçado e nova tecnologia em sinalização de via. A nova linha foi chamada de Expresso Leste, iniciava padrões para construções das futuras estações das linhas da CPTM e a linha que possui os maiores trechos de túnel. Também é conhecida por ter sua construção gerida pelo Metrô e até hoje é um laboratório de assentamento de trilhos do metrô, onde os engenheiros usaram diversos perfis de dormentes: concreto, madeira, concreto em perfil paralelo. Devido a essas mudanças, a circulação dos trens e a população que usava o trem como meio principal de transporte foi afetada, pois por um trecho onde havia as construções do novo trecho da linha 11 ficou impedida a circulação de trens (carece fontes). Quando foi inaugurada, em 2000, uma frota de 120 carros (que fecharam em 15 composições de 8 vagões) foi entregue para essa linha. O serviço, por anos, ganhou elogios pela rapidez e mais adeptos ao uso do trem como principal meio de transporte. Com mais adeptos...
  • Trens mais cheios: os horários de pico nunca foram tão inconvenientes para os usuários. Em uma das averiguações feitas recentemente, cada 7 usuários dividiam 1m², o que, como afirma a CPTM, vem diminuindo e irá diminuir ainda mais quando novas composições chegarem;
  • Trens com excesso de passageiros = maior incidência de panes e defeitos, dentre eles:




    • Mal fechamento das portas: o dispositivo apelidado “anjo da guarda”entrava em falhas constantes, impedindo a circulação dos trens e gerando atrasos;
    • Mal uso dos sistemas que fazem com que o trem seja rápido ou, em muitos casos, maquinistas guiando “as cegas”, confiando somente na sinalização visual.
Mesmo assim, o sistema tinha total aprovação que levavam os prefeitos a querer o tal trem até suas cidades. A CPTM dizia publicamente que “os trilhos não estavam no padrão operacional dos trens que circulam pelo trecho (na época) Guianazes → Brás”. Os prefeitos estavam dispostos para obter esse trem para sua prefeitura, mas, o governo também batia o pé. Em 2006, inicia-se o plano de Expansão sobre trilhos, onde 20 bilhões de reais serão gastos para modernizar a CPTM e o Metrô e deixá-la com qualidade de metrô, o primeiro trecho a sofrer boas mudanças foi a linha 12, com toda sua frota reformada, novas estações a serem construídas. Em 2008, praticamente todo o plano para a linha 12 foi concluído, com a conclusão da entrega das estações restantes e extensão até Suzano. Em 2010, serão entregues a partir de fevereiro 20 novos trens.
Durante 2008, novamente a prefeitura de Mogi, por meio do prefeito Marco Bertaiolli, começa a debater contra a ideia do VLT de Suzano a Mogi, com extensões até o distrito de César de Souza. Depois de várias audiências públicas com os munícipes do alto tietê, o presidente da CPTM, Sérgio Avelleda decide abandonar o projeto do VLT para o alto tietê. Ao entregar a resposta das audiências públicas, o governador José Serra decide que o série 2000 fará, fora dos horários de pico, 3 viagens de ida e 3 de volta, sendo que uma de cada ponto de partida é fixa, no dia 6 do mês de junho, às 5h da manhã partindo de Estudantes.
Contudo, sabemos hoje que o foi definido realmente é que em 2014, os trens com esse conforto virão em definitivo pra Mogi e possivelmente no final de 2010, até Suzano com integração com a linha 12. Mas, fica uma pergunta interessante no ar, melhor duas principais que criam outras:
            PRA ONDE IRÃO OS SENHORES DE IDADE DA FERROVIA PAULISTA?
Pois bem, na batida que vamos, já temos uma resposta: aterrissar em solos baianos, a série 4800 (extensão da linha 8, em bitola métrica) está sendo enviada para lá como parte da implantação de um sistema ferroviário novo, implantado em conjunto com a CPTM, que presta assessoria para a CTS (Companhia de Transportes de Salvador) para implantação do metrô local e também tem mandado essa frota métrica para lá. Pode ser esse o destino dos trens que, por tantos anos, serviram e na maior parte dos casos, muito bem.
            SE ERA TÃO SIMPLES TRAZER OS TRENS SAZONALMENTE PARA CÁ, POR QUÊ NÃO FORAM IMPLANTADAS VIAGENS ASSIM ANTES?
Resposta simples: não há como permanecer com o intervalo reduzido do Expresso (que é em torno de 5 minutos nas estações terminais nos picos), já que todo o trajeto entre Luz → Mogi das Cruzes dura em torno de 64 minutos. Os novos trens para essa linha são uma solução para implantar o Expresso até Suzano, para Mogi ainda se fará necessário mais trens para não perder o intervalo já reduzido.
E essa é a pergunta que vale a pena perguntar:
VALE A PENA MESMO TROCAR A CONFIANÇA DE KILÔMETROS POR UMA NOVIDADE?
Tenham uma boa semana!

Um comentário:

Raquel Alvarenga disse...

Eu juro que não sabia que, estavam pensando em reativar outras estações, outros trechos que são até possivelmente concessionados pela MRS. Interessantíssimo, mas ao final essa pergunta não cala. Sobre a parte da depredação, em Amador Bueno houveram problemas gravíssimos de vandalismo, tanto que hoje temos "paradas" e não "estações" no trecho. A CPTM chegou a retirar o 'Toshibão' de lá, implantando uma solução provisória por meio de baldeações de ônibus. O que causou ainda mais revolta. Outro dia me disseram em e-mail que trocariam as malhas e que dariam melhor condição à população do Município de Itapevi. Mas são coisas que ficam no papel, afinal envolvem outras questões, como o vandalismo na região, que é carente, e não conserva o que tem (falando por altos, sem preconceito.). As novidades só servem de início para acalmar a população, mas depois chocam ainda mais pois o povo se acostuma e se acomoda com o que tem, e quando revoga melhorias, dá um jeito de contrariar.
Não tenho fontes a oferecer sobre as questões do Expresso Leste, os problemas são sempre no horário de pico, e acredito que a população é demasiada pra esses lados, o que causa o tumulto, pois é pouco vagão pra muita gente.
No ABC a coisa não se faz tão bonita. Mandam um trem (pseudo) vazio para sair de Mauá pela manhã, mas só faltam quebrar os vidros para sentar-se, como cavalos, pois 24 minutos de pé pode matar né (ironicamente..), e são capazes de depredar o próprio bem, não tendo consciência de que o lixo espanhol nos veio com o dinheiro de nossos impostos - menos da metade pro investimento e mais da metade desviados como sempre há de ser, mas não entraremos nesse mérito. O que me leva a crer que, bota trem ou tira trem, novidade ou cacareco, o problema da população é ainda a falta de educação. A CPTM já provou por A+B que tem estrutura, mas não tem vontade. Abraços, parabéns pelo post!

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