quinta-feira, 29 de julho de 2010

A ferida que ainda não cicatrizou na zona leste chamada vandalismo

Maior parte dos casos de intervalos excessivos se deve ao mau uso de dispositivos de se segurança; falta de comunicação dos maquinistas com os usuários poderiam evitar exageros como o de terça

*Do Vida Sobre Trilhos
Bons dias senhores usuários!


Nesta terça (27), no pico da manhã, cenas que já se repetiram em 2008 voltaram a acontecer nas linhas da CPTM. Desta vez, não era um trem velho, o que muita gente errôneamente consideraria motivo para um ataque, não foi um trem parado com problemas a frente andando na via de volta a estação, fazendo com que todos os outros trens atrás fizessem o mesmo.
O trem era o quarto novo trem entregue pela CAF, ainda em testes, mas, que já encarava o horário mais complicado da companhia. Frenagens brutas são comuns nele durante essa fase de adaptação, mas, o que aconteceu foi, aqui chamaremos de "reiniciar²" - assim como se faz com o computador, ele para todo o sistema, volta ao ponto de quando foi ligado pela primeira vez -, só que isso leva um tempo, 1 minuto a 2 minutos em média. Dentro de um trem, parado, com ar condicionado desligado, lotado devido ao horário realmente é um tempo considerável, mas, ainda não é desesperador. Ainda há ar suficiente para todos, há espaço.
Mas, o que não houve foi uma atitude de quem leva a composição, ninguém sabe ao certo se por falta de ordem ou por falta de treinamento adequado para comunicar aos usuários.
Com isso, o trem parado sem a ventilação mínima ligada, fez com que as pessoas entrassem em desespero e acionaram os sistemas de frenagem de emergência e abertura das portas e iniciassem a descida. Então, o trem enfim reiniciou e começou trajeto de volta a Engenheiro Goulart para transbordar para outro trem os passageiros embarcados. Quem estava na via fez uso dormentes para bloqueá-la em ambos sentidos e começaram a jogar pedras e houve uma ameaça de atear fogo na composição. Em meio a esse tumulto, um usuário e um agente de segurança operacional ficaram feridos, este último, segundo informações de fontes de segurança extra oficiais, encontra-se ainda hospitalizado,mas, passa bem.
Na comunidade oficial dos aficcionados e conhecedores sobre ferrovias, no tópico da linha onde foi comentado o fato e aprofundado com relatos de foristas que inclusive estiveram no local, as opiniões são diversas: seguem desde iniciar um novo programa para conscientizar o usuário das melhoras que vem obtendo a extremas como o fechamento total da linha e esses usuários seriam obrigados a usar outras linhas e ônibus para se locomoverem ao centro e aos munícipios que ela atende.


Comentários do Autor
Soube do fato pelo rádio e fui verificar informações sobre qual havia sido o trem prejudicado a noite. Foi triste saber que tratava-se de um trem novo. Foi triste saber que a CPTM arriscou um trem que, em minha opinião, ainda está em testes. O Q01 e 03 devem realmente operar nas linhas 11 e 12 em pico se isso se fizer necessário, mas, o Q04 ainda não. Conforme li, os testes mais apurados foram feitos somente no Q01, nos outros, "CTRL-C+CTRL-V" e realizar a rotina de teste para ver se os resultados saem iguais aos do primeiro. É mais ágil, concordo, mas, está sujeito a falhas que podem não ser detectadas. 
O mais triste é que dentro desses trens costumam seguir dois agentes de segurança para dar suporte, mas, parece que  não há uma comunicação deste agente com quem comanda o trem, com o CCO e, se há uma comunicação com a central de monitoramento e segurança do Brás, essa é bem falha, pois até mesmo um deles foi ferido a ponto de estar internado.
Aliás, quando se fala em opiniões, essa é a parte onde vou comentando, dando meu ponto de vista, vi comentários de usuário que tem noção do motivo que pode ter ocorrido aquilo e, ao invés de usar do conhecimento, de se "enturmar", botar o que sabe pra acalmar as pessoas quase esteve tacando pedras junto com os outros. Outros, pedem uma lei que possa punir. Há até leis, pois, falamos de uma empresa estatal, dano ao patrimônio público, se identificado, acusado formalmente e que haja um inquérito nisso, a companhia ganha a causa, mas, ferrar a vida de um trabalhador ferrado por uma falha dela realmente vale o preço que ela gasta designando profissional da área jurídica? Se pensarmos assim, não vale, nem ao menos como lição.
O que vale como lição é que urgentemente a companhia precisa conscientizar seus usuários de suas melhorias, com campanhas nas escolas,  centros culturais e principalmente, nas empresas pois são para as empresas que vão as pessoas que todos os dias usam a CPTM estão nela a trabalho.

Tenham uma boa semana!

*Com informações do Portal R7,Diário do Grande ABC e Comunidade Orkut: "CPTM - Você Também Anda!"
Imagens: Arquivo Pessoal
²Reiniciar: na verdade, o nome correto do termo é RESET, do inglês reiniciar, que no trem reinicia todas as funções da composição. Reinicia desde o computador de bordo, registrador de eventos até itens de conforto do salão de passageiros e cabine do maquinista. 

Um comentário:

Diego Silva disse...

Não dá para entender o pessoal da zona leste, caro Ítalo! Reclamam a vida toda, de composições antigas, de descaso, de esquecimento... A CPTM foi generosa, reformou as estações, construiu três novas, e adquiriu 20 novos trens. Um mínimo de reflexão para essas pessoas, já que foram lembradas! Agora, falta compreender que a tecnologia também é lenta, e no caso do 7000, os testes são necessários, para adaptar o trem. Mas os usuários pensam que o trem chega da fábrica prontinho para rodar, o que é um erro grave. Depois, quando voltarem ao esquecimento, saberão que estão errados. Boa matéria amigo!

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