segunda-feira, 17 de outubro de 2011

César de Souza tão cedo precisa de trens

Enquanto cidade de Mogi das Cruzes não conseguir dar atenção especial no seu modal sobre pneus e integrá-lo de forma decente com os trens da CPTM, César será somente um "tapa-buraco" de redação


Do Vida Sobre Trilhos


Bons dias, senhores usuários!


Estação Jundiapeba, a terceira mais movimentada
da cidade
A cidade de Mogi das Cruzes é a terceira maior da região metropolitana em território, mas, em ocupação urbana -uma das coisas que Mogi cita como orgulho- é das menores se comparada a Guarulhos e a própria capital: menos de 40% de sua área é urbanizada, não houveram grandes mudanças para ampliação de avenidas e a população está bem centralizada. Mas, ao mesmo tempo que é uma cidade que tem um grande foco no agronegócio, é também uma "cidade-dormitório": suas estações movimentam hoje quase 32 mil pessoas/dia, com interesses em deslocamentos internos (explicado a seguir), alguns poucos para outras cidades do alto Tietê e capital. Não satisfeita, ainda anseia atender mais um distrito: César de Souza. Segundo contam os mais velhos, essa "briga" pela estação começou ainda nos anos 90 e a mídia local sempre foi um grande porta-voz para dar vazão aos anseios do povo.


E ja naquela época, a CPTM já deve ter acenado negativamente por essa extensão.


Cartaz com dados gerais, com informes de deslo-
camentos, concentração populacional
e destinos que os mogianos tomam
ao usar o transporte público.
Foto: Haiser Ferreira/ TGVBR
Em 2009, durante o plano "Expansão SP", a CPTM propôs uma mudança radical: um projeto há tempos comentado começava a ganhar moldes: o Veículo Leve sobre Trilhos - VLT recebeu um projeto orçado em R$900mi para substituir os trens que operam atualmente entre Guaianazes e Estudantes, ser uma opção que atenda de maneira eficiente a demanda interna -nas pesquisas Origem/ Destino, a maior parte dos deslocamentos dos mogianos utilizando trens e qualquer outro modal é dentro da própria cidade- com a inserção de três novas paradas -Nova Jundiapeba, Vila Industrial e César de Souza-, melhor integração com o Expresso Leste que iria até a nova estação terminal Suzano, veículos novos, a possível exclusão de boa parte dos projetos de viadutos, já que parte dos muros cairiam e novas passagens seriam criadas, oferecendo não mais opções centralizadas para se deslocar dentro da cidade. Mas, com uma massiva campanha de um veículo de comunicação e uma contra-análise com poucos embasamentos, os mogianos e a política de Mogi permaneceram na promessa dos trens diretos sazonalmente (viagens diretas nos vales) e que esses chegariam até 2012 em Mogi. Promessa já refutada e que pode somente chegar -e se chegar- após 2014.
Em janeiro desse ano, na falta de boas pautas, já que cidade pouco gerava motivos para preencher uma primeira página com assuntos não-governamentais, "ressuscitar uma pauta" poderia ser a solução. Não tão diferente do que já fez o extinto "Notícias Populares", um jornal editado pelo Grupo Folha, que chegou a inventar o "Bebê Diabo" pra preencher uma lacuna editorial, o jornal repete a dose, só que tratando de assunto sério e sendo totalmente parcial e sem tantos argumentos técnicos que possam justificar sua defesa.
Até aquele momento, não 'existia manifestação popular sobre o trem, mesmo da primeira tentativa de cobrar a extensão da linha. De modo repentino, surgem pessoas de diversas áreas de interesse apoiando a campanha (desde líderes comunitários, políticos e até empresários), pesquisas afirmando um crescimento "exponencial" e expansão empresarial. Algumas afirmativas do próprio grupo é de que a demanda da estação chegue a 15mil


Sendo assim, todo dia, metade da população local se desloca pra fora de César?


Veículo do SIM - Sistema Integrado Mogiano
da empresa Princesa do Norte
Números de outras pesquisas oficiais afirmam o contrário: César desviaria usuários que hoje dependem do ônibus como modal para chegar até Estudantes e não trariam um adendo de usuários significativos. César, em embarques únicos, tem demanda de, apenas, 210 usuários/dia até 2014, ou seja, os embarques únicos sequer pagariam a operação da estação, orçado em R$105mil por mês.
Numa demanda projetada, em 11 anos cairia: seriam 150 usuários/ dia em 2025. Ou seja: há meios de solucionar, se o problema é o transporte público, o problema da mobilidade em César. Nesta mesma pesquisa, dados provenientes da Origem - Destino indicam que os deslocamentos do distrito são internos (dentro da própria cidade e dos bairros que o compõe).
Imagem obtida no site da Prefeitura de Mogi
deixa bem claro que o  transporte público
local é operado de maneira troncal
Então, uma nova questão: o SIM - Sistema Integrado Mogiano, onde as empresas CS Brasil/ Júlio Simões e Princesa do Norte são concessionárias, mantém somente um sistema que, mesmo Mogi não sendo urbanamente grande, usa de transporte troncal (onde os veículos tem o referencial de avenidas principais e distritos/ sub-distritos) para definir locais e pontos de parada e não possui um sistema "alimentador", onde veículos menores (que ambas concessionárias possuem para linhas de menor demanda)? Por que não há mais linhas alimentadoras, ligando pontos finais de ônibus até outros pontos de interesse da população e outros que interliguem bairros, sub-distritos e distritos sem que seja necessárias voltas por grandes avenidas?
Com poucas atitudes, um investimento orçado, aproximadamente em R$145mi para implantar a estação, o dinheiro gasto mensalmente em sua operação se faz muito mais para a melhoria da linha atual e outros planos que o próprio secretário Jurandir Fernandes tem pra César: um ponto estratégico para o trem regional até São José dos Campos, onde, com o bilhete metropolitano e integração municipal, podem-se deslocar mais usuários diariamente num serviço que tem maior respaldo, já que o vale do Paraíba tem uma demanda grande e muito mais reprimida de uma boa ligação com a capital paulista.


Terminal Central, um dos pontos de partida dos
ônibus do SIM mogiano
Hoje todo o sistema de transporte de Mogi está centralizado em linhas que começam em bairros e tem parada final nos terminais Central e Estudantes -localizados a menos de 200 metros da estação Mogi das Cruzes e Estudantes, respectivamente- e não podem haver integrações com os trens. Pelo simples motivo de que nenhuma das empresas concessionárias está disposta a repassar subsídios da integração com os trens.


Tanto no transporte municipal, quanto no metropolitano da EMTU que poderia atender os passageiros de Salesópolis, Guararema e Biritiba Mirim que usam os ônibus da CS Brasil/ Júlio Simões até o centro e/ou estação mais próxima.


Veículo da CS Brasil/ Júlio Simões que presta
serviços à área 4 da EMTU
Segundo fontes, como há um monopólio na região 4 da EMTU (Unileste), todas as empresas estão oferecendo exemplar resistência ao bilhete metropolitano. Diferente de outras empresas que já propuseram meios de integrá-los o mais rápido possível e, algumas, já o fizeram.
Mogi, antes de pedir um trem sem demanda, deve rever seu conceito municipal de transporte. O SIM já surgiu errado, as tentativas de ampliá-lo e melhorá-lo estão unicamente nas mãos dos empresários do transporte local que, em seu olhar ultrapassado, creem veementemente que a integração retirará usuários de seus ônibus -o que, em Jundiapeba, que possui somente duas linhas atendendo diretamente o distrito e outras três que passam em pontos próximos, sem a integração, já acontece, há uma preferência superior no deslocamento por trem em vista do ônibus para o centro. Qual o critério utilizado pra explicar que 15 linhas troncais são suficientes para atender a um distrito, segundo o poder público, mídia e movimento popular, sendo que há movimentação interna de passageiros no bairro? E o critério que definiu, por contrato, que cada concessionária deva possuir 90 veículos, desses, uma média de 85 operando nas linhas e 5 ônibus reserva? Antes de lutar por um outro modal, é necessário rever o modal de casa.


Tenham uma boa semana!

Um comentário:

Paulo Alba disse...

cara, nada como o tempo pra derrubar essa coisa ridícula que vc escreveu aqui... Cezar sempre foi um bairro em expansão com a construção de condomínios e a mudança cada vez maior das pessoas para este local, seja pelo nivel dos bairros no entorno ou pelo poder aquisitivo da vizinhança que atrai a compra de imóveis pela segurança e infra-estrutura, consequência: hoje, 2020, Cezar de Souza está chegando à quase 50 mil pessoas, quase 15% da população total da cidade! E com as suas totalmente travadas pq todo mundo tem q ter um carro pra se deslocar até o centro! se não fossem textos idiotas como esse seu e se desde 2011 todos se empanhassem pra colocar um trem no bairro que já possui trilhos e até uma plataforma parcialmente feita, nós não teríamos esse caos no transito que é hoje! se Mogi já tem 4 estações, e daí? tem que ainda mais se for necessário! pois todas as cidades da grande são paulo têm mão-de-obra que saem daqui. Beleza de cidadão que é você! vê se faz o favor de fechar a boca e nunca mais escrever nada...

Related Posts with Thumbnails