quarta-feira, 20 de abril de 2011

"Não seja o DJ do Trem": A CPTM já te ajudou a se livrar dessa

Em 2000, com o Expresso Leste entrando em operação, novos trens com ar condicionado e som ambiente entraram em operação, mas desagradaram aos músicos

Do Vida Sobre Trilhos

Bons dias Senhores Usuários!

Quando o Expresso Leste entrou efetivamente em operação em maio de 2000, o modelo de trens metropolitanos radicalmente mudou. Trens com aparência de alta velocidade, bancos mais confortáveis e ar condicionado. E, naquele momento, algo que só tinha serventia para anunciar o nome das estações e emitir mensagens sobre condições da operação ganhou uma nova função: levar boa música para os ouvidos dos usuários diários e quem usava os trens por acaso, se surpreendia ao poder ouvir MPB, Bossa Nova e clássicos da música erudita nos trens. 
Consórcio Ferroviário Brasil/ Espanha: O resultado
o CAF/ ADTranz (atual Bombardier)Alstom  Série 2000,
trem que mudou o conceito de metropolitano
Logo, após os trens do Expresso Leste, os trens da série 3000 também estavam aptos a tocar as músicas em seus alto falantes (mesmo que o som dos motores ao dar saída já seja uma verdadeira "ópera"). O som não era alto, geralmente num volume audível que não atrapalhava o diálogo das pessoas, interferia nas conversas telefônicas, o sono após um longa jornada de trabalho e o som de quem estivesse com seu tocador de músicas no fone de ouvido. Fato é que, a intenção foi boa mesmo que todos os trens operando na linha 9 (entre os anos de 2001 a 2005) das séries 3000 e 2100 tocavam essas músicas.


Deste terminal é possível selecionar as músicas que serão
ouvidas pelos usuários
Então, como sabemos, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos é uma empresa estadual e cobra pelos seus serviços e, sendo assim, tudo dentro dela logo configura um serviço prestado, gerou custos e as músicas fazem parte disso, logo, segundo leis nacionais de direitos autorais referentes a execução pública onde torna-se dever do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), responsável por arrecadar uma determinada quantia cada vez em que determinada obra é executada dentro dos trens, o que de fato não ocorria. Com exceção das músicas clássicas que são domínio público, pois seguem um outro artigo citando que "o compositor da obra, após 70 anos de seu falecimento ou do parceiro, terá sua obra para domínio público, segundo termos do que prevê o artigo 41 e seguintes da lei 9.610/98".
CAF Série 7000: "O trem das 11" durante a Virada Cultural 2010
homenageou o centenário de Adoniram Barbosa
De boas intenções, a CPTM esteve cheia durante estes quase cinco anos até que estas complicações com o ECAD surgiram. Outras, segundo contam funcionários era a manutenção falha da época, que fazia com que alguns carros tivessem a fonia por completo (ou seja, o som operava normalmente, com as músicas e os avisos das estações dados pelo maquinista), outros desregulados e em alguns casos, a inexistência de som. Ainda hoje é possível colocar músicas em todos os trens adquiridos desde o série 2000, ou seja, todos estão aptos, prova maior disso foi na Virada Cultural de 2010, em comemoração aos 100 anos de Adoniram Barbosa, tocava-se os clássicos dele junto aos "Demônios da Garoa" nos trens da série 7000.
E você, usuário diário? Como avalia? Além do fone, o som ambiente é interessante ou melhor permanecer como está atualmente? Deixe sua opinião!
Tenham um bom feriado!
Direitos Autorais Portal ECAD: http://www.ecad.org.br/
Fotos: Arquivo Pessoal

Um comentário:

Luis Fernando disse...

Muito boa matéria...lembro-me nos trens da série 2100 operando na linha 10 que nessa época tocava as musicas...lembro de ter ouvido até metal...(o que goste muito, mas muitos não gostaram rsrsrs).

Muito bacana saber o por que acabou.
Creio que hoje é melhor assim sem musica para que cada um ouça em seus aparelhos o tipo de musica que gostar.

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