terça-feira, 28 de junho de 2011

A Vida pede atenção | Parte II - "Causo" ferroviário

Do Vida Sobre Trilhos


Bons dias senhores Usuários!


Devido a alguns problemas com compromissos pessoais, falhei nessa coluna durante o mês de maio. Logo, vou repor com um causo que é como um "espelho" ao causo que o Anderson Nascimento nos contou em abril.
Se você tem causos engraçados, tristes, emocionantes, de amor e até cotidianos que passam um pouco do normal, nos envie pelos canais do blog: via e-mail no vstrilhos.blog@gmail.com, nos curta no Facebook e compartilhe como nota na fan-page http://facebook.com/vstrilhos ou tuíte no @vstrilhos. Claro que, no Twitter é só o gostinho da história.


Vamos ao "causo"!


Era uma sexta-feira. Dia esse um tanto incomum, já que, por algum milagre, consegui pegar um ônibus mais cedo, porém, o motorista não andava conforme o passo do horário (rápido nos trechos dentro da capital e no limite urbano de 60km/h dentro do Rancho Grande, em Itaquaquecetuba, local com maior desembarque até "bater lata" indo pra Mogi). Não parei no trailer de lanches da "Tia" Angela, pra bater um papo e, até mesmo, comer um "pequeno" monstro que é o hot-dog médio que ela faz. Fora o "Tio", do qual passamos horas conversando sobre estradas e carretas. Segui direto, o tempo estava ameno, mas, algo gelou e me gelou de repente.
A passagem de nível de Jundiapeba estava fechada, um trem encontrava-se de partida sentido Estudantes e, de repente, eis que num salto à frente do trem, praticamente escapa de um atropelamento fatal. Observando essa cena, na hora, não me faltaram dois pensamentos: "UAU! Verei o primeiro suicídio na ferrovia e sou o único "jornalista" presente!" e "Meu Deus!! Que cara maluco!! Tem m&#%@ na cabeça pra fazer isso, será possível?!". Passado isso, segui em frente. Indiferente, até olhar a feição do sujeito que cometeu tal ato de perigo extremo. Lágrimas encharcavam seu rosto, estava desolado, perdido e com o andar desorientado também. Passei, olhei aquela cena, fiquei analisando a situação, lembrei-me na hora do que houve com Anderson.
Por impulso, voltei e perguntei ao jovem o que estava acontecendo. Me disse que seu nome era Tiago, estava triste, se sentia só já que sua família estava no exterior, sua mãe não se importava com ele. Sua casa era praticamente dividida com os funcionários que pra ele trabalhavam (dizia ser um rapaz de posses, que largou a vida em locais fabulosos em grandes países e outros até onde tinha casa para ficar no Brasil onde supôs ter amigos) e mais ninguém. Contou-me, inclusive que, por causa de amigos, transferiu um carro para o nome de um desses. Esses talvez aproveitando de uma certa ingenuidade que demonstrou enquanto conversávamos e contava sobre os motivos que levavam aos prantos. Disse para esquecer esse tipo de amizade, não são amigos, gente que o maltratava, que lhe faziam mal. Mas, rebatia, dizendo que não tinha outros. Então, ofereci a única coisa que podia lhe oferecer naquele momento: abraços fraternos e um pouco da minha amizade naquele momento. Deixei meu telefone pra ver se ele retornaria e talvez torna-se de fato, uma amizade, mas, nunca ligou. Eram mais de 0h10 quando embarcou sentido Estudantes atrás de táxi para o bairro em que mora.

Tenham uma boa semana!

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