sábado, 30 de julho de 2011

Causo Revolucionário - Causo Ferroviário

Do Vida Sobre Trilhos


Bom dia senhores Usuários!


Esse "causo" divide-se em duas partes. Ouça a trilha sonora abaixo, ficará mais interessante.








Conta o ex-encarregado de estação de Jundiapeba, Antônio Barros, que sua mãe, quando uma menina, presenciou um fato raro. Em julho de 1930, após a morte de João Pessoa, a "Aliança Liberal" --partidos, estados e grupos que apoiavam a candidatura de Getúlio Vargas a presidência-- resolveu pegar em armas para justificar o estopim do movimento armado contra o recém eleito presidente Júlio Prestes, do Partido Republicano Paulista. Enfim, estoura o golpe.
Detalhes das plataformas 2 e 3 e ao fundo, pátio de Mogi
Em 24 de outubro, comandantes militares do Rio de Janeiro --então, capital federal--, anunciam o golpe militar contra o presidente no poder, Washington Luís. Getúlio que, naquela época estava em São Paulo, praticamente tomou pra si um trem com os melhores carros e levou os soldados para o Rio de Janeiro. Conta ainda que, uma das paradas foi em Mogi, para abastecer. Todos os demais passageiros contavam com o serviço de segunda e terceira classe, enquanto os soldados paulistas que se juntariam aos cariocas para manter o poder nas mãos do que viria a ser chamado mais tarde de "Governo Provisório".
 O que foi chamado de "Governo Provisório" ganhava ares de ditadura: Getúlio dissolveu o congresso, colocou interventores em todos os estados da nação --com excessão de Minas Gerais, aumentando a disputa entre São Paulo e Minas ("política 'café com leite'"), exilou todos que eram contra seu governo, proibiu a imprensa livre, entre outras ações. Em maio de 1932, quando os estudantes Martins, Miragaia, Draúsio e Camargo (MMDC) tentou invadir a sede de um dos jornais favoráveis ao regime de Vargas, foram assassinados.
Buraco na estrutura, contam ferroviários, foi feito por
bala de canhão
Assassinato este que motivou a luta armada contra Getúlio Vargas. A seguir, em 9 de julho, sob o comando dos generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger foram iniciados os primeiros confrontos armados. Durante um dos confrontos, conta os ferroviários, a oficina de Roosevelt da, então, Estrada de Ferro Central do Brasil foi um dos alvos dos revolucionários por eles acreditarem que o local fabricava explosivos e armamento para os soldados de Getúlio Vargas. Tanto que, marcas perduram no local até os dias de hoje...
Tenham uma boa semana! 

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